A voz que permanece

Como esquecer as aulas da infância...

Para alguns de nós, quando adultos entravam na sala, tínhamos que ficar em pé ao lado da carteira – nunca entendíamos o porquê, mas fazíamos, com a coluna reta e os braços ao lado do corpo, como mandaram. A professora trazia seus livros, às vezes o giz. O quadro-negro era nosso suplício, acalentado pelas explicações de sabedoria, com voz às vezes doce, às vezes severa.
Para outros, já havia o projetor de slides. A sala ficava escura e as imagens interessantes nos atraiam; não imaginávamos o trabalho realizado para que aquela tecnologia estivesse ali, mas era muito bacana. Entre as fotos projetadas, a voz que nos ensinava e mostrava conhecimento.
Houve gente que entrou no tempo do retroprojetor. Uma sumidade no meio da sala. Outros com os projetores movidos por computadores ou notebooks ou tablets ou celulares. A tecnologia foi mudando e o xerox entregou-se aos documentos online ou baixados, tudo mudou, parece que o mundo é outro...

Mas a voz permanece. Aquela que resulta de dias, meses e anos de leituras, pesquisas, vivências, práticas e que, em algum momento, entra na sala de aula e revoluciona, mostrando que nenhuma tecnologia, antiga ou futura, é maior que o ser humano.

Por essa humanidade que os professores e professoras representam em nossa sociedade, parabéns por seu dia.

Marcos Schiefler, Tangriani Assmann e equipe diretiva da UTFPR