Não desistimos

Nesta semana, Universidades e Institutos Federais, inclusive a UTFPR, divulgaram notas informativas sobre a última ação do Governo Federal, na instância do Ministério da Economia, pasta liderada pelo ministro Paulo Guedes, de um bloqueio sem precedentes na história das Universidades Federais brasileiras. Não que bloqueio seja algo inédito. Pelo contrário, nos últimos anos, sem entendermos motivos concretos e plausíveis, nós, gestores das Universidades e Institutos Federais, temos sido informados que os nossos planejamentos, frutos de tempo de trabalho, seriedade e responsabilidade com o bem público, além de conhecimento rígido e aplicado da burocracia pública, precisariam ser tempestivamente modificados.

Entramos, então, em 2022, com um orçamento que nos exigia caminhar nos limites do ensino, da pesquisa, da extensão e da gestão de nossos campi no Paraná, enquanto UTFPR, e em todo o Brasil, pois nos unimos às Instituições Federais de Ensino Superior nesta jornada.

Já em 27 de maio de 2022, tivemos 8% cortados e, até novembro, bloqueios e devoluções após as retiradas. Por que? Não entendemos, pois defendemos a integridade com que se administra a Educação Pública neste país e cada centavo retirado tornou o Brasil pior, já que fazemos parte do que de melhor se produziu pela sociedade brasileira.

Este bloqueio foi inédito, pois se apresenta mais perverso do que todos os anteriores. Ele recolheu os valores com que pagaríamos serviços e produtos já realizados e adquiridos ou em realização e que denotam pagamento imediato.

Adimplência. Honestidade. Seriedade. Boa-fé. Essas nos são palavras caras. Enquanto UTFPR, orgulhamo-nos por sempre cumprir nossos compromissos e não nos conformamos em terminar este ano como “caloteiros”, utilizando a palavra popular para inadimplentes. Temos visto esse sentimento nas outras Instituições. Desde o momento em que nos deparamos com a realidade que enfrentamos neste mês, estamos nos mobilizando. Contamos com a solidariedade de setores da sociedade, como meios de comunicação, instituições amigas, associações das quais fazemos parte, parlamentares conscientes, juristas qualificados.

Porque somos sérios e, sobretudo, porque somos humanos. E dentro de nossa humanidade, lembramos de que estamos no mês do Natal, um período tão significativo para todo o mundo ocidental. Não vamos nos conformar com um Brasil sem Natal a todos os que prestaram serviços ou venderam produtos para Instituições sérias como as nossas.

Por isso a comunicação constante – lançamos uma nota na segunda-feira e, hoje, atualizamos as informações. Pois cada dia, cada hora, é tempo de reivindicar o que é nosso por justiça e institucionalidade. Sempre que qualquer caminho se abrir, entraremos nele e comunicaremos nossa comunidade. Porque acreditamos no Brasil e na educação.

Marcos Schiefler, reitor da UTFPR