Você está aqui: Página Inicial > Mural > A Universidade nos discursos de posse à Presidência e Ministérios
conteúdo

Notícias

A Universidade nos discursos de posse à Presidência e Ministérios

Relato de viagem

Marcos Schiefler Filho (Editorial)
publicado: 04/01/2023 16h46 última modificação: 04/01/2023 16h56
Exibir carrossel de imagens As fotos dessa sequência são: 1. Reitor da UTFPR e ministro Camilo Santana (MEC); 2. Reitor da UTFPR e ministra Luciana Santos (MCTI); 3. Reitores se dirigindo a cerimônias; 4. Reitores de Universidades Federais.

As fotos dessa sequência são: 1. Reitor da UTFPR e ministro Camilo Santana (MEC); 2. Reitor da UTFPR e ministra Luciana Santos (MCTI); 3. Reitores se dirigindo a cerimônias; 4. Reitores de Universidades Federais.

As Universidades foram exaltadas neste início de novo mandato pelo Governo Federal. Como reitor da UTFPR, fui oficial e nominalmente convidado e participei de três cerimônias de posse, que nos apontam para uma gestão voltada à educação; foram os discursos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro Camilo Santana, da Educação, e da ministra Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação. Trago, neste espaço, relato de momentos que nos dizem respeito, como Instituição de Ensino Superior Pública e Federal.

 O presidente iniciou sua fala propondo uma mensagem “de esperança e reconstrução”. Ele explicou que, em seu primeiro mandato, suas propostas eram de “simplesmente concretizar os preceitos constitucionais. A começar pelo direito à vida digna, sem fome, com acesso ao emprego, saúde e educação” e que agora espera “reconstruir o país e fazer novamente um Brasil de todos e para todos." Assim, ao mesmo tempo em que falou da urgência da volta do combate à fome: "Não seria justo nem correto pedir paciência a quem tem fome”, teve como mote constante em seu pronunciamento, a educação.

Dentre os momentos que nos concernem, está o reconhecimento da educação como caminho para a segurança pública: “O Brasil não precisa de armas na mão do povo. O Brasil precisa de segurança. O Brasil precisa de livros, de educação”; e a garantia de investimentos:

 

“Vamos recompor os orçamentos da educação, investir em mais universidades, no ensino técnico, na universalização do acesso à internet, na ampliação das creches e no ensino público em tempo integral. Este é o investimento que verdadeiramente levará ao desenvolvimento do país”.

 

Essas afirmações fazem coro com as intenções manifestadas pelo engenheiro agrônomo e ex-governador do Ceará, ministro Camilo Santana. Em seu discurso de posse, trouxe uma série de simbolismos que apontam para o respeito a nós, que estamos “na linha de frente” da educação brasileira.

Iniciou a fala saudando e pedindo uma salva de palmas a “todos os professores do país” e cumprimentando, primeiramente, aos reitores e reitoras – ressalte-se, para depois se dirigir aos senadores e outros parlamentares, com destaque às mulheres que participam “do Parlamento”, conselhos de Educação, ministros, governadores, estudantes e familiares. Na sequência, homenageou a professora Magda Soares (recém-falecida), reconhecendo a importância dessa pesquisadora, da UFMG, para a alfabetização no país e destacando a necessidade da “visão sistêmica da educação, que vai da creche à pós-graduação. E para isso, precisamos fortalecer o regime de colaboração em um grande pacto colaborativo pela educação”.

Ele destacou a importância de aproximar os estudantes da tecnologia e acesso à internet. E, neste ponto, destacou o protagonismo da Universidade nessa gestão:

 

“Se por um lado, precisamos de um grande pacto nacional pela educação básica, por outro, precisamos fortalecer o ensino superior, tão maltratado nos últimos anos neste país. Para isso, pretendemos reforçar o orçamento de nossas Universidades, que foram sucateadas no último governo, com a visão equivocada, distorcida, de viés ideológico. A universidade precisa ser um espaço democrático, livre, que estimule a criatividade, a liberdade de expressão e um olhar de mundo mais solidário e humano. Iniciarei um diálogo permanente com nossas Universidades, Institutos Federais, organizações não governamentais que trabalham com educação, estados e municípios para construirmos juntos o novo Plano Nacional da Educação. O atual termina ano que vem. Um plano que seja um projeto de Estado e não um projeto de Governo, que possamos dialogar também com todos os setores da sociedade, para que possamos construir juntos um Sistema Nacional de Educação que garanta uma visão sistêmica, integrada, de educação. E para isso vou precisar muito dos parlamentares do Congresso, para que a gente possa aprovar”.

 

O ministro falou também do Enem: “Vamos recuperar a credibilidade do Enem e voltarmos a motivar a participação de nossa juventude, tão desmotivada nos últimos anos”. E arrematou comentando algo caro para nós, que é a necessidade de “fortalecimento da autonomia das nossas universidades, buscando aproximar a Academia com os principais problemas do nosso povo”. Aliás, registre-se, faço parte da Comissão de Autonomia da Andifes e vimos trabalhando firmemente neste sentido. O ministro ainda reforçou que os setores da educação contarão com o apoio e respeito do Ministério, assim como do presidente Lula.

 A engenheira eletricista e ex-vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, iniciou seu discurso de posse com o seguinte esclarecimento:

 

“Lembro de que a maioria das pesquisas científicas desenvolvidas no país são empreendidas em Universidades. A Universidade, ao contrário da narrativa que se tinha, não é lugar de balbúrdia, é lugar de conhecimento, de desenvolvimento (...) Vivemos um verdadeiro apagão no financiamento da ciência brasileira”.

 

Também garantiu a solicitação de desbloqueio de verbas de pesquisas realizadas pelo governo anterior “para que a lei seja cumprida. Porque tem uma lei dizendo que esses recursos não podem ser bloqueados (...) o tempo é de afirmação de ciência, não da sua negação”. A ministra apontou para a necessidade de, em consonância com o mundo atual, investir em tecnologia, pesquisa e inovação.

 “O conhecimento é a chave da nossa liberdade”, enfatizou, mostrando que a Ciência precisa estar “a serviço de nosso povo (...) tornar competitivas nossas empresas (...) combatendo a dependência de tecnologia estrangeira”, destacando que a soberania nacional decorre desse investimento.

 O anunciado aumento das bolsas pelo CNPq e Capes é outro destaque da ministra que nos toca, já que somos uma Instituição em que a Pós-graduação encontrou um campo amplo, devido ao esforço de nossos servidores e pesquisadores. Ela lembrou de que o presidente Lula é reconhecido por, nos dois mandatos anteriores, investir na pesquisa e na educação, no que a nossa Instituição é testemunha, já que foi transformada em Universidade Tecnológica em 2005, por lei assinada em seu primeiro mandato e, logo em seguida, a partir de 2008, aderiu e recebeu recursos humanos e financeiros advindos do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), maior programa de apoio desta natureza da história, que teve como principal objetivo ampliar o acesso e a permanência na educação superior.

 

Esses pontos destacados são fonte de esperança; sabemos que nosso trabalho é infinito, mas, como Instituição Pública Federal, é importante que possamos reunir o máximo de apoio para a continuidade da caminhada. Como reitor da UTFPR, consegui articular vários diálogos com diferentes lideranças para o fortalecimento de nossa participação no contexto nacional e, com este relato, espero ter contribuído para que iniciemos o ano ainda com mais disposição e entusiasmo para realizarmos o melhor trabalho de nossas vidas.