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Relato: Mobilidade Internacional no Canadá

Leia o relato do estudante Ruhan Policarpo, do câmpus Cornélio Procópio, que participou do programa de mobilidade internacional da UTFPR.
publicado: 21/05/2018 09h59 última modificação: 21/05/2018 13h20

Periodicamente, a DIRINTER publicará relatos de estudantes que tenham participado dos diversos programas internacionais ofertados pela UTFPR. O primeiro deles foi escrito pelo aluno Ruhan Pontes Policarpo de Souza, estudante de Engenharia Elétrica no câmpus Cornélio Procópio, atualmente no 10º período do curso. Ruhan participou, durante 4 meses, do programa de mobilidade estudantil internacional da UTFPR (MEI), e teve a oportunidade de estudar na École de Technologie Supérieure (ETS) em Montréal, Canadá.



Me chamo Ruhan e sou aluno de Engenharia Elétrica do câmpus Cornélio Procópio. De setembro a dezembro de 2017, fiz parte do programa de mobilidade estudantil internacional da UTFPR, estudando em uma universidade canadense. Durante esse período, vivenciei uma experiência enriquecedora, na qual tive acesso a um ambiente diversificado, formado e influenciado por uma mistura de culturas e tradições dos mais diversos países.

Sobre a ETS

Realizei meus estudos na École de Technologie Supérieure, conhecida como ETS. Trata-se de uma instituição de ensino jovem, com pouco mais de 40 anos, que faz parte da rede de universidades públicas do Québec. A universidade, assim como a UTFPR, é voltada para cursos de engenharia e tecnologia, possuindo uma interação profunda com a indústria local. Percebi que a estrutura de ensino da ETS e sua metodologia são pensadas de forma a priorizar o meio industrial, com um ensino teórico mais rápido (uma aula teórica semanal, com duração de aproximadamente 3 horas) e mais atividades práticas (quase todas as disciplinas possuem laboratórios ou aulas práticas). Além disso, a forte presença de empresas e indústrias na região permite que os alunos realizem 3 estágios obrigatórios no decorrer de sua graduação, todos realizados durante semanas internas e com o suporte da universidade, além de atividades de preparação, ofertas e entrevistas de estágio.

Creio que a característica mais marcante da ETS é a interação, de modo geral, entre culturas, alunos, indústrias, etc. O ambiente e as atividades permitem que as pessoas interajam e estimulem sua criatividade, melhorando sua qualidade de vida e, possivelmente, gerando um resultado/produto a partir dessa interação. A universidade não é um ambiente apenas para “assistir aulas”, é um ambiente de vivência universitária, onde os estudantes passam a maior parte do seu dia estudando, se divertindo, conversando e interagindo, chegando até a comer e dormir no local, já que há espaços de repouso disponíveis na universidade. Além disso, a universidade disponibiliza a residência universitária, o que fortalece ainda mais os laços entre os estudantes, com um ambiente muito bom e com diversas atividades de integração. Nesse sentido, a ETS possui, também, mais de 10 grupos estudantis dos mais diversos, que vão desde grupos lúdicos, como grupos de música, teatro, conversação estrangeira, games e esportivos; até grupos chamados “profissionais”, que visam um “produto” final, como Baja, Eclipse (carro de corrida elétrico) e grupos de programação. Todos esses grupos são formados por alunos de todos os níveis e de todas as áreas da ETS, criando uma diversidade e uma dinâmica muito interessantes. 

Sobre a região de Montreal

A universidade está localizada em Montreal, Québec, uma região do Canadá que possui influência cultural francesa, sendo o francês a língua predominante na região. A cultura local é diversificada, já que, além da influência francesa, a região possui um grande número de imigrantes, na sua maioria europeus e árabes.

A cidade é moderna, mas com um gosto de história, onde você observa uma mistura entre prédios novos, com uma arquitetura futurista, e construções históricas, gerando um contraste único. Isso permite aos habitantes um grande acesso a lugares históricos e pontos turísticos, que você pode conhecer facilmente e sem gastar praticamente nada. No mais, você pode encontrar diversos bares e restaurantes, com shows, músicas e jogos provenientes dos quatro cantos do mundo. Comer poutine, o prato típico da região, e assistir a um jogo de hóquei formam quase uma religião québécoise

Desafios

A mobilidade também foi marcada pelos desafios, como a língua francesa da região, que possui um sotaque e gírias muito marcantes, fazendo com que, inicialmente, seja muito difícil a comunicação. Além disso, a diferença de metodologia de ensino pode pegar desprevenido o estudante no começo dos seus estudos. Contudo, as pessoas são extremamente abertas e dispostas a ajudar, o que torna mais fácil a adaptação.

Resultados

Creio que essa experiência possui um valor na minha vida que não consigo mensurar. Perceber o mundo através de um ponto de vista diferente enriquece nossos pensamentos e crenças, permitindo ir mais longe. Hoje me enxergo mais empreendedor, mais motivado e com menos medos, mais preparado para buscar o novo. Além do mais, conhecer uma outra cultura permite ver que, apesar das diferenças e contextos, as pessoas são, acima de tudo, seres humanos, com medos, crenças, emoções e características universais.