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Arquivo Arquitetura resgata o patrimônio urbano de Curitiba

EXTENSÃO

Programa de extensão vai a campo para conhecer as construções da cidade
publicado: 19/05/2023 09h31 última modificação: 19/05/2023 09h33
Sala do Arquivo Arquitetura com réplicas de locais estudados pelos alunos (Foto: Walter Bach).

Sala do Arquivo Arquitetura com réplicas de locais estudados pelos alunos (Foto: Walter Bach).

O programa de extensão Arquivo Arquitetura nasceu em 2018, no curso de Arquitetura e Urbanismo da UTFPR Curitiba. A coordenadora do projeto, professora Giceli Portela, conta que o surgimento foi nas disciplinas de Patrimônio Histórico e Restauro I e II, em que os alunos produziam uma variedade de pesquisas históricas e levantamentos arquitetônicos, mas com alcance limitado à universidade. O Arquivo surgiu para compartilhar esse conteúdo com a sociedade.

Desde o começo, as atividades principais do Arquivo se voltaram à pesquisa de campo, principalmente em Curitiba. "Através da análise das obras construídas, os alunos aprendem as qualidades arquitetônicas de outros tempos e seu valor histórico. Começamos por conjuntos urbanos, eixos e entorno de praças, e hoje somamos centenas de obras estudadas e disponibilizadas no nosso site para toda a comunidade", explica a professora Giceli.

"Partimos das típicas arquiteturas do nosso centro histórico: ecléticas e art deco. Nos debruçamos sobre o patrimônio industrial e estamos registrando a arquitetura moderna da nossa cidade", esclarece. Eventos e palestras também estão entre as atividades do Arquivo, que ainda dá suporte para o curso de especialização em Patrimônio Histórico e Restauro (PARC), oferecido pela UTFPR.

O levantamento de informações do grupo do Arquivo é tão plural como o patrimônio investigado. Pode começar com desenhos, fotografias e outros documentos disponíveis, além de publicações acadêmicas e em livros. Mas a metodologia vai além dessas ações.

Conforme a professora Giceli, "a partir desse ponto, que compreendemos o contexto da obra na história, entramos em contato com seus moradores ou gestores para que possamos entrar no bem construído e entendê-lo como arquitetura no espaço. Ligamos, mandamos e-mails e, grande parte das vezes, batemos em portas. Nos identificamos aos ocupantes do imóvel e até criamos laços com eles, ao escutar sobre a vida dessas obras, das pessoas que por ali passaram e também das que ali estão".

Ainda de acordo com a professora, os critérios para analisar as obras variam. Podem ser destaques na história da cidade, ou parte de um conjunto urbano com um papel crucial para a manutenção da paisagem histórica. Os locais estudados podem ser considerados Unidades de Interesse de Preservação, ou patrimônios identificados a partir de teorias da história da arquitetura, estudadas na sala de aula.

 

Parcerias e Próximos Arquivamentos

Uma das parcerias do Arquivo Arquitetura se chama Rosto da Cidade, união da postura acadêmica com as políticas existentes em Curitiba. O Rosto foi desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), e busca recuperar imóveis a fim de preservar os patrimônios urbanos.

Outra parceria do Arquivo é com a École Nationale Supérieure D’Architecture De Paris-Belleville (ENSA-PB), escola de arquitetura francesa. "Com a parceria com a ENSA-PB, buscou-se a consolidação de uma formação conjunta e, com a vinda de professores da escola francesa, foi afirmada a qualidade e consonância das formações nos dois países e ensejando uma parceria efetiva de formação franco-brasileira com ensino e pesquisa de qualidade", diz a professora Giceli.

Entre os próximos passos do Arquivo Arquitetura, estão novas atividades, ainda em desenvolvimento, para inventariar patrimônios na Lapa e em Campo Largo. Também há uma parceria com a Aliança Francesa, como uma linha temática de pesquisa sobre a influência da arquitetura francesa em Curitiba.

"Também buscamos desenvolver parcerias com novas agências e institutos de fomento. É muito importante, ainda, a consolidação de parcerias internacionais com novos intercâmbios de docentes e discentes da UTFPR”, finaliza a docente.