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Disciplina de arquitetura usa mesas flutuantes para ensinar cálculos

ENSINO

Metodologia utiliza de atividades práticas para ensinar teoria
publicado: 14/11/2023 12h05 última modificação: 14/11/2023 12h05
Uma das mesas desenvolvidas na disciplina (Foto: Rodolfo Tessari).

Uma das mesas desenvolvidas na disciplina (Foto: Rodolfo Tessari).

A disciplina de Resistência dos Materiais, ofertada no curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo da UTFPR Curitiba, utiliza mesas flutuantes para ensinar as teorias voltadas às relações entre as tensões e forças que agem nas estruturas.

“A mesa flutuante ou mesa de tensegridade, é uma estrutura que depende do equilíbrio das forças de tração e compressão sobre os elementos que a formam. Seu nome flutuante vem da impressão que é causada pelos finos cabos que compõem sua estrutura. Ela é formada por bases de diferentes formatos, um cabo central e cabos à sua volta. Para tentar manter o equilíbrio da estrutura, os cabos entram em tração, sendo o central em direção oposta aos laterais. Em contrapartida, enquanto isolados um do outro, os tampos da mesa entram em compressão e são mantidos estáveis pelos cabos, criando uma estrutura autoportante”, explicam Michelle Camile Silva e Sofia Penteado Bzuneck, monitoras da matéria.

A ideia de projetar e construir as mesas durante a disciplina surgiu durante a pandemia, pelo professor responsável pela matéria, Rodolfo Krul Tessari, quando lecionava no curso de Engenharia Civil da UTFPR Apucarana. Na época, ele precisava pensar em uma atividade que os alunos pudessem fazer em casa para entender a matéria, por isso, os protótipos eram feitos com palito de picolé. Na mudança para o campus Curitiba e com a volta ao presencial, a metodologia foi aprimorada e agora a aparência do produto também vale pontos.

“Sem entender o funcionamento das estruturas, parece mágica as mesas ficarem em pé, mas, ao longo da disciplina os alunos vão entendendo a teoria por trás dela”, conta Tessari. A atividade auxilia o entendimento das estruturas para conceber os espaços, “todos os espaços, os ambientes, tem estruturas que permitem que fique em pé”, explica. Assim, a ação explica os fenômenos físicos, cálculos básicos, noções gerais para os futuros arquitetos.

No final do período, o professor cria um concurso que premia os melhores trabalhos com pontos extras. "A combinação de metodologias ativas voltadas para uma aprendizagem experimental prática e aplicada ao universo da arquitetura estimula o engajamento dos estudantes nas disciplinas da área de estruturas. A aplicação de algumas atividades lúdicas no decorrer do semestre promove experiências alegres que resultam em boas memórias, facilitando ao estudante associar as teorias de cálculo ao exercício de projeto arquitetônico", comemora a coordenadora do curso, Márcia F. Prestes.