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III Novembro Negro inicia suas atividades no câmpus Curitiba

publicado: 09/11/2017 15h48 última modificação: 27/02/2018 11h35

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), câmpus Curitiba, convocou o professor Ivo Queiroz - um dos percursores das discussões raciais na Instituição e fundador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indigenistas (NEABI), para falar a respeito da Resistência Negra no Paraná, nesta quarta-feira (08) em um evento da universidade. O evento em questão é o “Novembro Negro”, este que já se encontra em sua terceira edição.

O professor começou seu discurso relembrando a história fatídica e marcante da Revolta dos Búzios, mais conhecida como Conjuração Baiana, que aconteceu em 1798 na Bahia. A Revolta resultou na morte de quatro negros, além daqueles que foram presos e torturados quando tentavam conquistar direitos iguais para toda a classe negra. Ele interligou esse acontecimento com a abolição dos escravos em 14 de maio de 1888, denominando esse dia como "O dia que ainda não acabou".

Queiroz seguiu a palestra apresentando seu projeto "O poder da criação nas bandas do Sul" que consiste em dar atenção às bandas que tentam transmitir conscientização e realidade através da música. Logo após a fala acerca do projeto, com o auxílio de seus adjuntos, o professor cantou um samba cuja letra retomava o assunto da abolição. Um dos trechos da música que causou comoção a todos que estavam prestigiando o evento, foi o pedaço que continha os dizeres: "Liberdade é ilusão neste mundo de sofrimento, o negro ainda sofre, o negro ainda chora!". O palestrante seguiu seu discurso apontando as desigualdades persistentes que os negros sofrem nos dias de hoje, e interligando todas essas questões com o preconceito racial existente no Paraná.