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Mabi, a estudante que se tornou pesquisadora

MULHERES NA UNIVERSIDADE

Maria Gabriela conta sobre sua jornada como mulher no campo acadêmico
publicado: 08/08/2023 10h42 última modificação: 08/08/2023 10h42

Desde 08 de março de 2023, o campus Curitiba tem promovido uma campanha para destacar as mulheres da UTFPR, divulgando suas participações no ensino, na ciência, na extensão e na universidade pública. No oitavo dia de cada mês, as entrevistadas contam suas histórias, suas contribuições e mostram que a universidade é também espaço da mulher.

Maria Gabriela Barbosa Carvalho, Mabi, graduanda em Letras Português e membro do Programa de Educação Tutorial em Políticas Públicas (PET – PP) é a voz do mês de agosto. Dentro do programa, Mabi segue a linha de pesquisa em educação e cultura, com enfoque nas pesquisas em movimentos feministas e políticas linguísticas. Ela foi a responsável pela organização da XVII Semana de Políticas Públicas em 2023 com o tema "Educação e Democracia em debate: o 'novo-velho' ensino médio". A pesquisa desenvolvida por ela destaca os movimentos feministas no direito às políticas educacionais no Brasil Império e as políticas linguísticas de preservação das línguas indígenas.

 

Qual foi a sua trajetória até chegar na UTFPR? Por que você escolheu Letras Português? E por que escolheu a UTFPR?

Mabi: Eu sempre almejei entrar na universidade e sempre tive o apoio dos meus pais. Contudo, Letras Português nunca foi o meu objetivo, pensava muito em jornalismo e cheguei até a refletir sobre o curso de Medicina Veterinária. Meu caminho até as letras na UTFPR foi por meio de uma professora que eu tive que se formou aqui, ela foi minha inspiração para pensar sobre a educação e Letras com uma projeção mais crítica.

 

Qual o ponto em comum entre seus focos de pesquisa? 

Mabi: Sempre sigo nas áreas de linguística, gênero e políticas públicas, então todos os trabalhos costumam ter essa vertente que os assemelha.

 

Comente sobre as experiências adquiridas enquanto pesquisadora na UTFPR.

Mabi: Posso dizer que minha vida mudou em todos os aspectos. As experiências foram várias, como participar de congressos, fazer novas amizades e, principalmente, adquirir novos conhecimentos. Uma das experiências mais legais foi ministrar palestras nos eventos do PET e apresentar um artigo em um congresso da Universidade Estadual Paulista (UNESP), achei que meu coração fosse saltar do corpo a qualquer momento (risos).

 

Quais são os maiores desafios que você enfrenta na sua jornada como pesquisadora?

Mabi: Apesar de eu estar no começo ainda, acredito que minha maior dificuldade no contexto atual foi conciliar [as disciplinas da] faculdade com minhas pesquisas. Teve um momento que só pensava 24 horas em fazer pesquisa e esquecia [das disciplinas da] faculdade, foi um problema, mas consegui encontrar um equilíbrio.

 Maria Gabriela Barbosa Carvalho

Mabi, na sede Centro da UTFPR Curitiba (Foto: arquivo pessoal).

Quais autores mais te influenciam? 

Mabi: No geral, Foucault sempre me inspira, por causa das suas pesquisas sobre relações de poder, discurso e política. Nas políticas linguísticas, com certeza Bernard Spolsky, levo em consideração todos os trabalhos dele para pesquisar língua, Estado e teoria. Nas minhas pesquisas sobre gênero, Bell Hooks, Constância Lima Duarte e Nísia Floresta me influenciam sempre para começar a escrever algo novo, além de eu escrever muito sobre elas em meus artigos.

 

Qual é a sua autora favorita? 

Mabi: Nísia Floresta. Ela transformou a literatura brasileira, deu oportunidades para mulheres estudarem e, por meio de suas obras, fez com que muitas mulheres, numa época em que a educação era observada a partir dos papéis sociais - as mulheres nasciam para cuidar da casa, dos filhos e do marido e não para estudar -,  projetassem uma vida superando as barreiras do papel doméstico que a mulher era submetida.

 

De qual dos seus trabalhos você mais se orgulha?

Mabi: Não sei dizer. Acredito que todos eles, em certo ponto, refletem muito sobre minha personalidade e fazem parte da minha trajetória, cada trabalho, seja pesquisa, artigo ou evento foram muito importantes e lembro de cada um e sei da importância que eles têm e terão na minha vida. Por isso não consigo escolher um só. Trato como bebês (risos).

 

Explica um pouquinho como é o seu dia a dia no PET Políticas Púbicas. 

Mabi: Dentro do PET, além de pesquisar políticas públicas, também cuido do planejamento das atividades do grupo. Durante o dia a dia, administro o calendário das atividades e eventos do grupo, as linhas de pesquisa e comissões dos membros do grupo.

 

O que mais te inspira?

Mabi: Meus pais e minha irmã. Meus pais, porque acredito que, sem as reflexões e os ensinamentos que eles constantemente fazem, não me fariam chegar até aqui. Meus pais são pessoas que estudaram muito e me inspiram todo dia revelando que com estudo sou capaz de tudo. Minha irmã me inspira em ser uma mulher forte, ela é um grande exemplo para mim, apesar de ser um pouco mais nova, ela me mostra todos os dias como viver é algo fascinante e o amor é o sentido da vida.

 

Qual dica você daria para meninas que querem seguir os seus passos?

Mabi: Agarre a mínima oportunidade que surgir dentro da universidade, todas as experiências que conquistamos quando as oportunidades aparecem são capazes de transformar nossas vidas para sempre e, na maioria das vezes a gente descarta o que aparece por pensar limitado. Às vezes a gente acha que uma única coisa na vida é melhor para a gente porque não tivemos oportunidades de experimentarmos outras.