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Pesquisador do PPGTE apresenta bugue 100% elétrico e com tecnologia brasileira
TECNOLOGIA
Os bugues elétricos foram desenvolvidos com tecnologia brasileira, combinados com a geração distribuída solar fotovoltaica. (Foto: Acervo Pessoal)
Uma pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade (PPGTE), da UTFPR Campus Curitiba, propõe trocar a frota de bugues da ilha de Fernando de Noronha por bugues elétricos desenvolvidos com tecnologia brasileira, combinados com a geração distribuída solar fotovoltaica. O trabalho foi desenvolvido pelo engenheiro Milton Francisco dos Santos Júnior e orientado pelo professor Eloy Casagrande. A defesa ocorreu no dia 20 de dezembro de 2022, no Escritório Verde da UTFPR. A partir de 2023, quatro bugues elétricos serão testados.
Durante a pesquisa, o autor conseguiu demonstrar como é possível aliar tecnologias sustentáveis ao ecoturismo local, proporcionando ganhos ambientais e econômicos aos envolvidos. O projeto, em desenvolvimento há mais de dez anos, é uma proposta da empresa criada por Milton, e visa substituir a frota de mais de 350 bugues que rodam na ilha de Fernando de Noronha, distrito do estado de Pernambuco, por bugues totalmente elétricos e alimentados por energia solar fotovoltaica. O veículo foi desenvolvido com tecnologia brasileira e reduz as emissões de carbono. A ilha é uma área de conservação e recentemente passou a ter uma lei de substituição de veículos a combustão, sendo o primeiro local do mundo a tomar esta decisão.
A utilização de bugues elétricos também é importante para a redução de ruído na ilha, com motores que não perturbam a fauna local. Do mesmo modo, a proposta avaliou que o fornecimento de energia solar fotovoltaica não ocuparia áreas naturais na ilha, mas sim utilizaria os telhados das pousadas e residências dos moradores locais para instalação dos módulos solares.
A pesquisa
Com base em estudos sobre os quilômetros rodados em média por cada bugue à combustão na ilha, foi aferido que cada um emite uma tonelada de dióxido de carbono por ano. Já o bugue elétrico, caso seja alimentado a partir de fontes zero emissões, como a energia solar fotovoltaica, apresenta uma redução significativa de emissão do gás.
No cenário possível demonstrado na pesquisa, com a substituição de todos os 354 bugues à combustão por bugues elétricos alimentados por Geração Distribuída (GD) solar fotovoltaica, é possível a redução de emissões de até 771 toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano.
Em um cálculo preliminar, considerando que cada bugue rode em média 70 km/dia e com base na irradiação solar da ilha, seria necessária uma área de apenas 4,8 m² por unidade consumidora para sua alimentação, ou seja, duas placas solares de 500W, que ocupam uma área de 4,89 m² colocadas em cada casa.
Para o professor Eloy, "a universidade deve incentivar este tipo de pesquisa e ser também protagonista na implantação das tecnologias sustentáveis que possam ajudar na redução das emissões de carbono, se queremos minimizar os efeitos das mudanças climáticas. Também por se tratar de uma tecnologia brasileira, desenvolvida por uma empreendedor que não recebe o apoio que deveria dos órgãos de fomento, temos que dar todo o apoio possível. É muito injusto que projetos como estes não tenham as mesmas facilidades que recebem as multinacionais do setor neste país. Se queremos desenvolver tecnologias sustentáveis brasileiras e não ficarmos eternamente dependentes do know how estrangeiro, precisamos fazer muito mais".
Para saber mais sobre o projeto, consulte o artigo publicado no Congresso da ALTEC, em outubro de 2021, Lima, Peru:
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