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Professora da UTFPR lança livro que investiga a história da comunidade negra curitibana

Pesquisa e Identidade

"Os nomes da placa" resgata memória social da cidade
publicado: 27/05/2021 18h44 última modificação: 12/11/2022 19h45

Em situação de contraste à magnitude do Memorial da Imigração Polonesa, do Memorial Ucraniano e até mesmo do Bosque do Alemão, a população negra curitibana é homenageada pelo urbanismo de Curitiba com uma placa de bronze. Em comemoração aos 100 anos da abolição da escravatura no Brasil, em 1988, foi inaugurada na praça Santos Andrade uma placa contendo o nome de 68 personalidades de destaque na comunidade negra Curitibana. No entanto, a homenagem tímida passa praticamente despercebida pelas agências de turismo, pelo poder público e até mesmo pela população da cidade.

Para além das problemáticas que envolvem a simplicidade da placa de bronze, outro questionamento acerca do monumento vem à tona: de quem são os nomes escritos? Essa é a dúvida que o livro “Os nomes da placa: a história e as histórias do monumento à Colônia Afro-brasileira de Curitiba”, lançado no dia 13 de maio deste ano, data que marca o 120º aniversário da Lei Áurea, busca responder.

 

(Andrea Kominek e Iyagunã Dalzira, uma das personalidades homenageadas pelo livro)

Organizado por Andrea Kominek, doutora em Sociologia pela Universidade de Salamanca (Espanha) e professora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade (PPGTE) da UTFPR, Ana Crhistina Vanali, doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná e Celso Fernando Claro de Oliveira, doutor em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a obra tem como objetivo justamente resgatar por meio de breves biografias essas existências mal lembradas pela história da cidade, mas que ainda circulavam entre seus familiares e demais coletivos e organizações da cultura negra curitibana.

 

(A capa de "Os nomes da placa")

Depois de quatro anos de investigação em busca pelas histórias das personalidades homenageadas, a quantidade de informações obtida durante as entrevistas com os nomes e descendentes dos nomes da placa possibilitou que a pesquisa se estendesse para a história de associações e coletivos da população negra curitibana, como o Grupo de União e Consciência Negra (GRUCON), Associação Cultural de Negritude e Ação Popular (ACNAP), Associação Cultural Afro-brasileira e o Centro de Integração Social, Cultural, Comercial e Turístico Afro-brasileiro. Essas e outras organizações e suas relações com a história da cultura e do movimento negro curitibano foram o objeto de estudo da obra por meio da sequência “Para além da placa: outras histórias da negritude em Curitiba”, publicada no ano passado.

(Capa de "Para além da placa")

Por se tratarem de obras públicas, o acesso a ambos os volumes é gratuito, portanto, fica o convite para conhecer algumas histórias que a História não conta: “Os nomes da placa” e “Para além da placa”.