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Projeto busca melhorar o funcionamento de equipamentos submarinos

CIÊNCIA

Pesquisa usa ultrassom para monitorar equipamentos de exploração de petróleo
publicado: 11/10/2023 16h13 última modificação: 16/10/2023 17h49
LASSIP (Laboratory of Statistical Signal Processing & Inverse Problems). Foto: Thiago Passarin

LASSIP (Laboratory of Statistical Signal Processing & Inverse Problems). Foto: Thiago Passarin

Um projeto desenvolvido pelo  LASSIP (Laboratory of Statistical Signal Processing & Inverse Problems) busca melhorar o funcionamento de equipamentos submarinos e pode, por exemplo, colaborar na prevenção de acidentes ambientais durante ações de exploração de petróleo. O objetivo é desenvolver e avaliar técnicas de inspeção baseadas em imagens de ultrassom. O AUSPEX 2, como é chamado, é uma cooperação com a Petrobras. 

A equipe, composta por pesquisadores dos campus Curitiba e Pato Branco da UTFPR, está estudando e desenvolvendo métodos de odometria, uma técnica utilizada para medir a posição de um robô em um determinado espaço por meio de imagens de câmera. Os pesquisadores também estudam a utilização de disparos simultâneos de ultrassom em várias direções e o acoplamento acústico entre os transdutores de ultrassom e os equipamentos inspecionados.

“Essas imagens de ultrassom que fazemos é como o ultrassom pré-natal. Porém, ao invés de olhar dentro do útero, a gente olha dentro de equipamentos. No ultrassom médico, o acoplamento do transdutor com o paciente é feito usando um gel e pressionando o transdutor contra a pele. Em equipamentos de aço não dá para fazer isso, pois o aço não é macio como a pele humana. Então a gente precisa usar algumas peças que fazem o acoplamento entre o transdutor e a superfície do objeto", explica Thiago Passarin, docente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial (CPGEI) e do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) da UTFPR-CT. 

Além disso, o professor detalha que os técnicos ficam a par da quantidade de corrosão que já ocorreu no equipamento, que normalmente é um trecho de tubulação, ao realizar esse monitoramento. Essa informação é usada para que o equipamento seja trocado antes que a corrosão atinja níveis críticos. Desse modo, é possível evitar vazamentos, otimizar a vida útil do equipamento e investir na produção de petróleo, já que o monitoramento torna o processo mais eficiente e seguro, diminuindo possíveis gastos emergenciais. 

Outra contribuição relevante do AUSPEX é na formação de cientistas e no fomento de uma indústria de prestação de serviços especializados. Segundo o professor Passarin, “essa é uma oportunidade muito importante para a carreira dos estudantes que desejam trabalhar com pesquisa e desenvolvimento. Outro aspecto importante desse tipo de cooperação é a possibilidade de testar em campo, num ambiente real, as soluções desenvolvidas. As inovações frutos desse tipo de projeto podem ser posteriormente validadas pela Petrobras, que buscará empresas que prestem aquele tipo de serviço”.

Os trabalhos desenvolvidos são divulgados em congressos e publicados em periódicos sobre ensaios não destrutivos, uma área mais prática e direcionada à aplicação do que se é pesquisado, e processamento de sinais, uma área mais teórica e relacionada à pesquisa básica. 

 

AUSPEX 1

Durante o AUSPEX 1, primeira etapa do projeto, coordenado por Daniel Pipa, docente do CPGEI e do Departamento Acadêmico de Eletrônica (DAELN), o objetivo foi desenvolver métodos de mapeamento de corrosão por ultrassom.

Na prática, “isso significa fazer uma inspeção com ultrassom que tem como resultado um modelo 3D do objeto inspecionado, onde se possam ver e medir as corrosões. Os métodos visam à identificação de corrosões com geometria complexa, comuns em equipamentos que operam no pré-sal, onde o óleo e a água contém altos teores de CO2 ", acrescentou Passarin.