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UTFPR faz parte do novo NAPI em Emergência Climática

CLIMA

Com financiamento da Fundação Araucária, UTFPR e outras instituições participam da rede aprovada para trabalhar no NAPI (Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação) em Emergência Climática
publicado: 03/11/2022 12h12 última modificação: 03/11/2022 12h12

Acontece no dia 06 de junho, às 10h, em encontro online com a Fundação Araucária, o lançamento oficial do NAPI de Emergência Climática, que une oito instituições de ensino superior, um instituto e o SIMEPAR (Sistema Meteorológico do Paraná), com o objetivo de desenvolver pesquisas interdisciplinares, programas de educação e ferramentas tecnológicas e computacionais capazes de gerar e manter grandes volumes de dados a respeito dos eventos climáticos que notadamente vem gerando instabilidades que estão sendo observadas por cientistas em todo planeta. Esses fenômenos de aceleração e intensificação de problemas relacionados ao clima (precipitações, estiagens e ondas de frio e calor associados à agricultura, economia e saúde) são classificados como de emergência. De acordo com o relatório mais atual (AR6) do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), as projeções climáticas indicam que a temperatura do ar próximo da superfície continuará a aumentar nas próximas décadas.

No Paraná a instabilidade climática tem intensificado ondas de calor, enchentes, deslizamentos de encostas, vendavais, granizos; com a região Oeste e Sudoeste na rota de tornados nos últimos anos. Esses eventos acarretam severas consequências para a população, implicando em desabrigados, perdas de patrimônio que alcançam as atividades urbano-industriais, a agroindústria, o comércio, a agricultura e toda a sociedade; comprometendo a segurança alimentar e hídrica, bem como potencializando questões de saúde pública. Para enfrentar esse quadro, professores e pesquisadores das principais universidades do Paraná trabalham, desde novembro de 2021, para formular a proposta do NAPI - Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação - Emergência Climática. Fazem parte desse acordo a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), a Universidade Estadual de Londrina (UEL), a Universidade Estadual de Maringá (UEM), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e o Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR).

O Professor da UTFPR, Dr. Eloy Fassi Casagrande Junior (do Departamento Acadêmico de Construção Civil, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e coordenador do Escritório Verde) assumiu a responsabilidade de reunir uma equipe de pesquisadores dos diferentes campi da Universidade, atendendo o convite do Professor Dr. Francisco Mendonça, da UFPR, coordenador geral do projeto. Os especialistas dos campi de Curitiba, Ponta Grossa, Apucarana, Dois Vizinhos, Campo Mourão e Londrina integram a equipe de pesquisadores. Essa diversificação geográfica também será importante para a captação de dados abrangentes dos impactos climáticos do Paraná que servirão de base para a aplicação de políticas públicas e privadas visando a mitigação e a adaptação às mudanças. Os pesquisadores envolvidos sob a coordenação do professor Eloy Fassi Casagrande Junior são os professores: Tamara Van Kaick (Campus Curitiba), Yara de Souza Tadano e Hugo Valadares Siqueira (Campus Ponta Grossa); Patricia Krecl (Campus Apucarana), Álvaro Boson (Campus Dois Vizinhos), Reginaldo Ré (Campus Campo Mourão), Admir Créso Targino e Jorge Alberto Martins (Campus Londrina). O projeto também prevê bolsas de iniciação científica, doutorado e pós-doutorado, que colaborarão nas pesquisas.

O Plano de Trabalho do NAPI foi aprovado para três anos e terá um financiamento de R$ 3.248.971,20. O objetivo geral é desenvolver estudos e projetos de tecnologia e inovação visando avaliar o impacto das mudanças climáticas no Estado do Paraná, integralizando o inventário da emissão de gases e aerossóis atrelados ao efeito estufa provenientes de atividades urbano-industriais e agropecuárias, bem como a adaptação aos cenários climáticos futuros nos quais os eventos climáticos extremos tendem a se intensificar. O orçamento para a UTFPR é o segundo maior do projeto, somando R$545.300,00.

O projeto se alinha com o ODS 11 que tem como objetivo principal: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis, até 2030. Para isto o plano do NAPI está dividido em cinco eixos temáticos: diagnóstico e particularidades das mudanças climáticas no Paraná; impactos das mudanças climáticas na biodiversidade e nas bases ecológicas do território; mitigação das emissões dos gases de efeito estufa e poluentes climáticos de vida curta; adaptabilidade e resiliência humana às mudanças climáticas com avaliação de riscos e vulnerabilidades e ações e perspectivas educacionais no processo de sensibilização e conscientização para o enfrentamento das emergências climáticas no Estado.

O projeto também prevê a promoção de ações de interação e dialogia social, por meio de estratégias de Educação Ambiental e da Comunicação Ambiental dos riscos socioambientais, de forma a estabelecer um amplo processo inovador de “Letramento Climático”, disseminando o conhecimento científico na área e visando a sensibilização, conscientização, motivação e mobilização dos diversos segmentos da população para o enfrentamento da emergência climática no Estado.

Como exemplo de um trabalho a ser desenvolvido pela UTFPR, está a montagem de uma unidade móvel de medição e educação relacionada as emissões poluentes de Curitiba e Região Metropolitana. Batizado de “Eco-Trailer”, esta van levará às escolas estaduais e municipais ensinamentos de como medir estas emissões, assim como soluções sustentáveis para o uso da energia, da água, gestão de resíduos, saneamento, construção, entre outros. O professor Eloy Casagrande destaca que “seria como uma extensão do Escritório Verde (EV), construído no Campus Curitiba há dez anos”. Inaugurado em 2011, estudos sobre o EV, que tem sua construção a seco (wood-frame), demonstrou que a edificação em estrutura de madeira foi capaz de fixar cerca de 10 ton de CO2. Assim como seu sistema solar fotovoltaico que, ao longo destes dez anos de operação, gerou energia equivalente a quase 24 MWh. Esta energia gerada demonstra que também foram evitados a emissão de cerca de 10 ton de CO2, ao não usar energia vinda de rede elétrica.