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Revolta dos Posseiros

UTFPR Dois Vizinhos realiza evento comemorativo aos 60 anos da Revolta dos Posseiros e exibe filme com a presença do cineasta João Marcelo Zanoni Gomes
publicado: 30/10/2017 16h31 última modificação: 30/10/2017 16h48

Nos dias 26 e 27 de outubro foram realizadas, no auditório do Câmpus da UTFPR Dois Vizinhos, atividades comemorativas aos 60 anos da Revolta dos Posseiros do Sudoeste do Paraná. O evento foi organizado por professores e estudantes do grupo de pesquisa Agroecologia e Agricultura Familiar, com o apoio da Diretoria de Relações Empresariais e Comunitárias – DIREC.

A Revolta dos Posseiros, ocorrida em 1957, foi o evento mais importante da região e contribuiu para definir o que ela é hoje, já que foi o único conflito agrário armado ocorrido no país em que posseiros foram vitoriosos. O conflito envolveu uma área de aproximadamente 497 mil hectares, que eram reivindicados pelas companhias de terras, como a Citla, Apucarana e Comercial, que utilizaram de jagunços para enfrentar os posseiros. O desfecho do conflito, favorável aos posseiros, resultou em 45 mil títulos de terra e foi responsável pelo grande número de pequenos proprietários atualmente existentes na região.

No dia 26 à tarde e à noite foi exibido o filme A Revolta, produzido para a TV Brasil e as redes públicas de televisão brasileiras. Contou com a presença do cineasta e produtor João Marcelo Zanoni Gomes, de Curitiba.

O filme foi produzido a partir de ampla pesquisa e mais de 60 horas de gravação, de acordo com João Marcelo. Foi exibido em diversos festivais e se encontra disponível na Internet, no site de hospedagem de filmes vimeo.com. De acordo com o produtor, que hoje desenvolve outros filmes, há muito a ser feito sobre a Revolta dos Posseiros (também conhecida como Revolta dos Colonos, do Sudoeste ou Revolta de 1957) e uma das ideias é a produção de uma série para a TV e também um filme de ficção.

No dia 27 pela manhã houve uma mesa-redonda com depoimentos de participantes da Revolta (Daniel Meurer e Domingos Ferreira da Silveira) e o professor aposentado Raulino da Silva. O historiador e professor Leomar Rippel lançou livro sobre o tema. A professora Neri Bocchese, da UTFPR Pato Branco, apresentou o selo comemorativo dos 60 anos da Revolta. Os palestrantes afirmaram que a questão agrária e o problema da terra no Brasil não foram superados, mas continuam atuais.

Além do filme e palestras, também foram expostos banners, disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Pato Branco, explicando fatos importantes ocorridos durante a Revolta.

Cerca de 480 pessoas - servidores e estudantes do câmpus, professores do câmpus Pato Branco, professores da rede estadual de ensino, professores e estudantes de outras faculdades do município, dentre outros - participaram nos dois dias de evento.

A ideia é que este evento comemorativo tenha continuidade e desperte a necessidade para que a comunidade valorize e estude mais sobre este importante fato político ocorrido na região. A UTFPR, junto com outras universidades da região, irá organizar um evento para apresentação de trabalhos de pesquisas sobre a revolta em 2018. Durante o encontro também surgiu a possibilidade de se desenvolver o ensino sobre a revolta nas escolas da rede estadual de ensino da região a partir do filme apresentado. Outras possibilidades são a constituição de museus, uma necessidade destacada pelo cineasta e participantes do evento.

Na foto, o cineasta João Marcelo Zanoni Gomes fala sobre o filme A Revolta. À esquerda o professor Serinei César Grígolo, coordenador da Mesa, e o professor Vicente Macedo, Diretor de Relações Empresariais e Comunitárias do Câmpus Dois Vizinhos.

Na foto, o cineasta João Marcelo Zanoni Gomes fala sobre o filme A Revolta. À esquerda o professor Serinei César Grígolo, coordenador da Mesa, e o professor Vicente Macedo, Diretor de Relações Empresariais e Comunitárias do Câmpus Dois Vizinhos.