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Há 50 anos o homem chegava à lua
publicado: 19/07/2019 15h09 última modificação: 31/10/2022 20h28
Parte dos integrantes do Grupo de Foguetes Tsiolkovsky (GFT) da UTFPR de Francisco Beltrão

Parte dos integrantes do Grupo de Foguetes Tsiolkovsky (GFT) da UTFPR de Francisco Beltrão

No dia 20 de julho de 1969 a primeira missão tripulada chegava à lua. A missão Apollo 11 levou três tripulantes ao satélite natural. Foram aproximadamente quatro dias de viagem e duas horas em solo lunar. Outras três aeronaves pousaram na lua até o ano de 1975.

O ganho das missões Apollo, bem como de toda exploração espacial é sentido aqui na Terra. As contribuições nos ramos de células combustível, materiais de isolamento e computadores, por exemplo, tornaram a vida melhor. Os avanços científicos também foram notáveis, principalmente no melhor entendimento do espaço e da Lua. Para o professor da UTFPR de Francisco Beltrão, Jeconias Guimarães “as missões nos propiciaram uma visão única da Terra, como sendo uma pequena rocha no sistema solar. Esta visão tira do ser humano a ilusão de um planeta infinito com recursos inesgotáveis e faz surgir a necessidade de preservar nosso frágil oásis cósmico.”

Após o marco de 50 anos a Nasa projeta uma nova missão para 2024. Batizada de Artemis (deusa grega gêmea de Apollo), ela levará a primeira mulher a pousar na lua. “Lá nas missões Apollo não havia nenhuma mulher entre os tripulantes (os primeiros foram Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins), mas entre a equipe que projetou toda a missão, uma delas foi protagonista. Margaret Hamilton foi responsável pela equipe que projetou o software.” O código escrito por Margaret foi decisivo para o sucesso da missão Apollo 11, já que foi elaborado estrategicamente para focar nas tarefas prioritárias que cada etapa exigia. “No pouso, por exemplo, os astronautas precisavam de uma resposta rápida do computador que sem o gerenciamento correto das atividades não seria possível”, exemplifica Guimarães.

O astronauta Armstrong, ao pisar na lua afirmou: “Um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade” e o professor da UTFPR de Francisco Beltrão, Jeconias Guimarães, explica um pouco sobre os reais ganhos das missões e sobre as teorias de conspiração que as rondam há anos.

Quais foram os principais ganhos lá no final da década de 60?

Os ganhos foram científicos e tecnológicos. No primeiro, destaca-se que houve uma compreensão melhor da formação da Lua, da sua composição e origem. No aspecto tecnológico pode-se mencionar o desenvolvimento de novos materiais e o forte estímulo na área de computação. Na época das missões Apollo, a NASA adquiria a maioria dos computadores produzidos na época, impulsionando o setor.

Há uma vertente que acredita que tudo foi encenado e que o homem nunca esteve na lua. Quais são as afirmações deles e por que elas não são reais?

Dentre várias, citamos a ausência de estrelas nas fotos tiradas na superfície, sombras não paralelas de objetos na Lua e um baixo contraste de luz entre as regiões de luz e sombra. Entretanto, a única questão que é relevante refere-se à zona de radiação em torno da Terra conhecida como cinturão de Van Allen. Esta região possui uma concentração de partículas carregadas no campo magnético da Terra. A interação com uma alta concentração dessas partículas pode ser letal. Os astronautas possuíam como proteção uma camada muito fina de metal, o que para os adeptos da “teoria” da conspiração seria um grande problema. A realidade é que uma fina camada de metal seria mais apropriada por conta da interação entre essas cargas e a matéria, que pode gerar radiação eletromagnética letal. Além disso, a trajetória das missões Apollo não atravessava a região mais perigosa do cinturão de Van Allen, ao redor do equador da Terra.

Grupo de foguetes da UTFPR

Na UTFPR de Francisco Beltrão há o Grupo de Foguetes Tsiolkovsky (GFT), composto por estudantes e docentes. Criado em 2013 é responsável pelo projeto de extensão von Braun. O objetivo é despertar o interesse pela área aeroespacial nos alunos do ensino básico (por meio de oficinas e lançamentos de minifoguetes) e incentivar os universitários a desenvolver foguetes (a partir de conhecimentos de engenharia aeroespacial) e participar de competições. Um dos foguetes do grupo conquistou o recorde brasileiro de precisão de apogeu na categoria 500 m, quando alcançou o patamar de 506 metros de altitude com um minifoguete a propelente sólido no ano de 2017. Os docentes responsáveis pelo GFT são Guilherme Bertoldo e Jonas Radtke.

Os nomes do grupo de foguetes e do projeto de extensão são homenagens a Konstantin Tsiolkovsky e a Wernher von Braun. Tsiolkovsky foi um dos precursores da espaçonáutica. Ele é o autor da equação que prevê o ganho de velocidade dos foguetes e da proposta de que o foguete perca partes ao longo do lançamento, por exemplo. Wernher von Braun foi um dos ícones da astronáutica do século XX. Foi um dos líderes do desenvolvimento do foguete V2 e foi projetista chefe do foguete Saturno V, que levou o homem à Lua. Von Braun cursou engenharia em uma universidade tecnológica, onde se envolveu com um grupo de foguetes intitulado “Sociedade para viagens espaciais”.