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Engenharia Ambiental
Alunos da disciplina de Geomática, do curso de Engenharia Ambiental da UTFPR de Francisco Beltrão trabalharam durante o segundo semestre de 2019 no levantamento da arborização das vias (desconsiderando praças e árvores em lotes particulares) no polígono central de Francisco Beltrão. Posteriormente os dados foram tratados em softwares que geraram um mapeamento, levando em consideração as variáveis: localização, altura, raio de copa e área livre permeável junto ao caule da árvore. O levantamento mapeou mais de 1300 árvores, que geram uma área sombreada de apenas 8,9% das vias. O trabalho será compilado no próximo ano e deverá trazer também dados das espécies plantadas.
O relatório será disponibilizado para a secretaria de Meio Ambiente do município e pode ser utilizado para um eventual planejamento da prefeitura. Além disso, a atividade propiciou aos alunos ir a campo e trabalhar dados geográficos desde o levantamento primário. “É importante para a formação dos profissionais o contato com situações reais, então busquei aliar o conteúdo da disciplina com algo que trouxesse um benefício para a comunidade beltronense”, explica o professor da disciplina, Fernando Manosso.
Para o estudante Victor Pereira, “conhecer o processo desde o início foi extremamente importante. Estar em campo coletando dados, gerar os resultados e ainda estar em contato com a população, que muitas vezes interagia questionando qual era o trabalho que estávamos desenvolvendo foi recompensador”, finaliza.
Dados
Analisando apenas quantitativamente o número de árvores nas vias da área central tem-se um número significativo de 1306 árvores. No entanto, ao analisar a área da copa percebe-se que a área sombreada é pequena, já que são poucas as plantas que possuem uma copa maior e que projete de fato uma sombra significativa. “Dos 332 mil metros quadrados de via (considera-se rua e calçada), aproximadamente 29 mil metros quadrados são sombreados. Isso porque algumas árvores são de pequeno porte ou ainda são mudas, o que projeta pouca sombra”, explica Manosso.
O levantamento ainda apontou que elas não estão distribuídas de maneira uniforme e algumas quadras da região central não possuem árvores em nenhum dos lados da rua. “Pudemos observar também que as árvores com copas maiores já são árvores doentes e que elas estão, em sua maioria, em frente a terrenos baldios ou públicos”, afirma o professor.
Outro ponto analisado é com relação a área livre permeável no entorno da planta, recomendação mínima de um metro quadrado para o desenvolvimento da árvore e suas raízes e para buscar os nutrientes necessários. “Observamos alguns casos em que há cimento até o tronco da árvore, isso faz com que a planta tenha que buscar os nutrientes e água de uma forma diferente, o que pode levar à danificação das calçadas”, finaliza.