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Mestrado Profissional

Mestrado profissional reafirma importância da parceria Empresa-Universidade e abre campo para novas pesquisas
publicado: 30/04/2019 09h05 última modificação: 31/10/2022 20h30
Fabrício Demarco apresenta para Banca de avaliação os resultados de sua pesquisa

Fabrício Demarco apresenta para Banca de avaliação os resultados de sua pesquisa

Uma das particularidades dos programas de pós-graduação em nível de mestrado na modalidade profissional é a interação entre o estudante, a universidade e a empresa, com o foco em buscar soluções para problemas reais da indústria. A UTFPR de Francisco Beltrão oferta o programa de Pós-graduação em Tecnologia de Alimentos (PPGTAL) e por meio de parcerias tem atuado diretamente na indicação de soluções.

Uma destas pesquisas foi realizada em parceria com uma indústria de alimentos de Santa Catarina e apresentou resultados confiáveis para a viabilidade do uso de antioxidantes naturais em salame fatiado para fixação de cor e aumento da vida útil do produto. O resultado confirma a hipótese inicial dos pesquisadores e abre portas para novos estudos na área.

O trabalho foi conduzido pelo agora Mestre em Tecnologia de Alimentos, Fabrício Demarco, orientado e coorientado, respectivamente, pelas professoras Ivane Benedetti Tonial e Ana Paula Romio, no PPGTAL. A professora Ana Paula destaca a importância do mestrado a nível profissional tanto para a indústria, como para os profissionais. “O PPGTAL é conhecido por sua constante busca por soluções de demandas reais vindas das indústrias de alimentos da nossa região. No caso dessa pesquisa, os resultados conseguem garantir ao consumidor final um produto seguro para o consumo e estável em suas características sensoriais.”

A orientadora do projeto destaca que “buscamos neste estudo atender a demanda da indústria, respeitando seus limites e, desta forma, conciliamos a realidade da indústria e buscamos atender os objetivos da Universidade e do programa (PPGTAL). Os resultados conquistados realmente refletem o comprometimento da indústria com a Universidade, assim como da Universidade com a indústria, entrelaçando novas perspectivas de trabalhos futuros”.

O desafio do PPGTAL tem sido estreitar as relações empresa-universidade, quebrando paradigmas de que é possível manter o segredo industrial na realização de estudos aplicados, em parceria com universidades e, ainda, dar a devolutiva social por meio da divulgação de resultados de pesquisa úteis para outros pesquisadores.

A visão da indústria

Dentro da indústria, a Coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento de produtos, Lisiane das Neves Barbosa Lourenço, acompanhou o trabalho e pode constatar ambos, a segurança e a viabilidade industrial do uso de antioxidantes naturais já disponíveis comercialmente: “Nós como empresa, ficamos muito satisfeitos e felizes de poder participar de um momento desses em que a atuação científica da universidade gera como resultado algo viável e de fácil implementação no processo industrial. Então, tem-se a concretização de muita coisa, a Universidade está nos trazendo efetivamente um resultado que podemos dizer enquanto indústria: ‘É muito aplicável!”.

Lisiane acrescenta que mesmo o departamento de pesquisa de uma empresa possui suas limitações em termos de estudos mais aprofundados, assim, a universidade entra como um apoio e, o formato como foi desenvolvido o trabalho diminui o distanciamento e mostra que teoria e prática podem sim andar juntas. “Em muitas situações, a indústria acaba sentindo um distanciamento entre a academia e a aplicabilidade das pesquisas, há um degrau muito grande entre o desenvolvimento da ciência básica e a sua aplicação”, aponta a pesquisadora.

Apoio à qualificação

Em termos de qualificação de pessoal, Lisiane comenta que, a indústria pode tanto investir em treinamento próprio para a qualificação de seu pessoal, quanto no apoio para que o funcionário busque, por si só, sua qualificação. “No caso do Fabrício, a empresa não fez investimento financeiro, sabíamos que ele estaria ausente na indústria em alguns dias, por um determinado tempo. Contudo, a longo prazo, sabe-se que quanto mais qualificados forem os funcionários que compõem a empresa, melhores serão os resultados alcançados, e só assim que a gente consegue crescer” - afirmou Lisiane.

Caminho aberto para pesquisas futuras

Enquanto o uso de antioxidantes naturais é recorrente na produção de alimentos em pequena escala, a indústria só pode implementar certas mudanças em escala industrial após estudos que garantam a segurança do conteúdo em um produto final. Nesse sentido, o estudo do aluno Fabrício abre as portas para novas pesquisas que busquem a diminuição, ou mesmo, a longo prazo, a substituição total de antioxidantes sintéticos por antioxidantes naturais. “Neste trabalho, foi feito um acréscimo de antioxidantes naturais em uma formulação do produto que já existia, e obtivemos ótimos resultados. Com isso, neste momento, vislumbramos estudar a viabilidade de substituir de forma parcial ou até mesmo total o antioxidante sintético pelo natural. Este é um caminho bem promissor.” - afirma Ana Paula Romio.

Fabrício e Lisiane afirmam que estudos como esse abrem o caminho para que no futuro, a indústria brasileira invista em produtos do tipo clean label, ou seja, com o uso de ingredientes conhecidos do consumidor, o que atualmente não é possível tendo em vista a legislação atual. “Eu acredito que este caminho, com essas confirmações das nossas hipóteses, é o caminho que a gente quer seguir.” - conclui Lisiane.

Reportagem: Anais N. de Oliveira