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Prolongar a vida útil dos morangos na prateleira é proposta de pesquisa desenvolvida na UTFPR
publicado: 30/08/2018 10h30 última modificação: 30/08/2018 10h34
O aluno do curso de Engenharia de Alimentos, Felipe Guilherme Brunetto Bretschneider, recobrindo os morangos com filme ativo no laboratório de microbiologia da UTFPR

O aluno do curso de Engenharia de Alimentos, Felipe Guilherme Brunetto Bretschneider, recobrindo os morangos com filme ativo no laboratório de microbiologia da UTFPR

Os morangos são quase unanimidade no gosto popular. O clima da região sul é propício para a colheita do morango, sendo que esta é a época em que o encontramos em maior quantidade e qualidade no mercado, e, consequentemente com um valor mais acessível. É comum encontrarmos consumidores analisando a bandeja de morangos antes de efetuar a compra para verificar se há algum estragado em meio aos outros. Uma pesquisa desenvolvida na UTFPR de Francisco Beltrão, em conjunto com outros órgãos, vem trabalhando numa solução para prolongar a vida útil dos morangos sem interferir no aroma e sabor.

A pesquisa visa criar uma película ou cobertura comestível, feita a partir de matéria-prima biodegradável e de fonte renovável, que aumente consideravelmente a durabilidade dos morangos na prateleira. O diferencial deste material é a aplicação de um óleo antifúngico, proveniente de um princípio ativo presente no óleo de orégano, conhecido como carvacrol.

Nos testes preliminares, a presença do carvacrol no revestimento dos morangos melhorou a ação protetora contra a doença fúngica, como o mofo azul e a podridão escura. De acordo com a professora da UTFPR de Francisco Beltrão, Ana Paula Romio, a primeira etapa do projeto se ocupou em desenvolver o filme composto com a incorporação de nanogotículas de carvacrol e realizar testes antifúngicos in vitro. “Testamos a resistência mecânica e a elasticidade do material produzido, e os resultados obtidos foram promissores", destacou a pesquisadora. “A membrana semipermeável também auxilia para que ele não desidrate e fique com aspecto murcho pois a película ajuda a fazer o controle de difusão de água que entra e que sai do morango, controle de umidade. A fruta respira, perde água ou absorve, o filme ajuda controle água, oxigênio e entrada de fungos”, explica Ana Paula.

A próxima etapa a ser desenvolvida será para determinar a qualidade pós-colheita dos morangos revestidos com a cobertura armazenados sob refrigeração.

A pesquisa é desenvolvida com o intuito de que o uso da cobertura comestível seja uma alternativa eficiente, para superar as dificuldades da alta perecibilidade dos morangos, aumentando sua vida útil. Após a conclusão dos estudos a tecnologia poderá ser implementada.

Multidisciplinar

Os trabalhos envolvem várias áreas de conhecimento como a microbiologia e a nanotecnologia e por isso é multidisciplinar e realizado com a colaboração de vários órgãos. Ele foi desenvolvido e apoiado por meio da Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (Umiptt). Foram realizadas análises na Embrapa Instrumentação, que fica em São Carlos, no estado de São Paulo e nos laboratórios de microbiologia e nanotecnologia da UTFPR de Francisco Beltrão.

Além da professora Ana Paula Romio que atuou na pesquisa com a nanotecnologia, ainda colaboraram os professores e pesquisadores da UTFPR  Alessandra Machado Lunkes na microbiologia, Alexandre Alfaro, nos filmes, Silvane Morés e Claiton Brusamarello. Da Universidade Federal da Fronteira Sul, Larissa Bertan; da Embrapa São Carlos, Odilio Benedito Garrido de Assis e do Colégio Agrícola Precila Lopes.

Atuaram no projeto como bolsistas o aluno do curso de Engenharia de Alimentos, Felipe Guilherme Brunetto Bretschneider e as alunas do curso de Engenharia Química, Luma de Oliveira e Amanda Cristina Padilha.

A pesquisa conta ainda com a colaboração da produtora Ivete de Fatima Betiatto e da Rede AgroNano.