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Os morangos são quase unanimidade no gosto popular. O clima da região sul é propício para a colheita do morango, sendo que esta é a época em que o encontramos em maior quantidade e qualidade no mercado, e, consequentemente com um valor mais acessível. É comum encontrarmos consumidores analisando a bandeja de morangos antes de efetuar a compra para verificar se há algum estragado em meio aos outros. Uma pesquisa desenvolvida na UTFPR de Francisco Beltrão, em conjunto com outros órgãos, vem trabalhando numa solução para prolongar a vida útil dos morangos sem interferir no aroma e sabor.
A pesquisa visa criar uma película ou cobertura comestível, feita a partir de matéria-prima biodegradável e de fonte renovável, que aumente consideravelmente a durabilidade dos morangos na prateleira. O diferencial deste material é a aplicação de um óleo antifúngico, proveniente de um princípio ativo presente no óleo de orégano, conhecido como carvacrol.
Nos testes preliminares, a presença do carvacrol no revestimento dos morangos melhorou a ação protetora contra a doença fúngica, como o mofo azul e a podridão escura. De acordo com a professora da UTFPR de Francisco Beltrão, Ana Paula Romio, a primeira etapa do projeto se ocupou em desenvolver o filme composto com a incorporação de nanogotículas de carvacrol e realizar testes antifúngicos in vitro. “Testamos a resistência mecânica e a elasticidade do material produzido, e os resultados obtidos foram promissores", destacou a pesquisadora. “A membrana semipermeável também auxilia para que ele não desidrate e fique com aspecto murcho pois a película ajuda a fazer o controle de difusão de água que entra e que sai do morango, controle de umidade. A fruta respira, perde água ou absorve, o filme ajuda controle água, oxigênio e entrada de fungos”, explica Ana Paula.
A próxima etapa a ser desenvolvida será para determinar a qualidade pós-colheita dos morangos revestidos com a cobertura armazenados sob refrigeração.
A pesquisa é desenvolvida com o intuito de que o uso da cobertura comestível seja uma alternativa eficiente, para superar as dificuldades da alta perecibilidade dos morangos, aumentando sua vida útil. Após a conclusão dos estudos a tecnologia poderá ser implementada.
Multidisciplinar
Os trabalhos envolvem várias áreas de conhecimento como a microbiologia e a nanotecnologia e por isso é multidisciplinar e realizado com a colaboração de vários órgãos. Ele foi desenvolvido e apoiado por meio da Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (Umiptt). Foram realizadas análises na Embrapa Instrumentação, que fica em São Carlos, no estado de São Paulo e nos laboratórios de microbiologia e nanotecnologia da UTFPR de Francisco Beltrão.
Além da professora Ana Paula Romio que atuou na pesquisa com a nanotecnologia, ainda colaboraram os professores e pesquisadores da UTFPR Alessandra Machado Lunkes na microbiologia, Alexandre Alfaro, nos filmes, Silvane Morés e Claiton Brusamarello. Da Universidade Federal da Fronteira Sul, Larissa Bertan; da Embrapa São Carlos, Odilio Benedito Garrido de Assis e do Colégio Agrícola Precila Lopes.
Atuaram no projeto como bolsistas o aluno do curso de Engenharia de Alimentos, Felipe Guilherme Brunetto Bretschneider e as alunas do curso de Engenharia Química, Luma de Oliveira e Amanda Cristina Padilha.
A pesquisa conta ainda com a colaboração da produtora Ivete de Fatima Betiatto e da Rede AgroNano.