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Sistema aeropônico poderá auxiliar pequenos produtores

Pós-Pandermia

publicado: 19/07/2020 14h18 última modificação: 31/10/2022 10h13
Com o sistema, as hortaliças são pulverizadas nas raízes e armazenadas em uma câmera escura (Foto: acervo pessoal)

Com o sistema, as hortaliças são pulverizadas nas raízes e armazenadas em uma câmera escura (Foto: acervo pessoal)

A pandemia do novo coronavírus trouxe muitos problemas para a população, além da contaminação do vírus. Os pequenos produtores de alimentos in natura, por exemplo, já estão sentindo os impactos desta paralisação. Isto porque o consumidor de agora e do pós-pandemia deve preferir alimentos mais seguros, chamados food security, ou já sanitizados. O sistema atual de produção de hortaliças não contempla a produção deste tipo de alimento. Com isso, a situação tende a se agravar ainda mais, devido ao risco sanitário, irregularidade de demanda e alta perecibilidade do produto ofertado.

Com novas tecnologias, inteligência artificial e a internet das coisas, o modo de produção pode ser melhorado. Uma alternativa está sendo desenvolvida pelo pesquisador do Câmpus Santa Helena, Glauco Miranda, em parceria com o professor do Câmpus Medianeira, Pedro de Paula Filho. Trata-se do projeto Sistema Aeropônico, Autônomo e Inteligente da produção de novas olerícolas para o cenário da pandemia da Covid-19 (SISNE19).

O sistema aeropônico produz alimentos sem solo, somente com pulverização de água nas raízes e eles ficam armazenados em uma câmara escura. Esta técnica resulta no dobro de produtividade da hidroponia (cultivo sem solo mas com filme de água), por exemplo.

No Paraná, 100% da demanda de hortaliças é abastecida pelos pequenos produtores locais. Segundo a Emater, o número estimado destes produtores em nosso Estado é de 50 mil (dados de 2018). Destes, apenas 30% são assistidos pela Emater com alguma solução de produção.

Na técnica in natura, as hortícolas são produzidas sem garantia de qualidade nutricional e sanitária, sem estratégias comerciais e sustentáveis  e com grandes perdas na propriedade, nas Ceasas e nos varejistas. Além disso, o excesso de manipulação de produtos durante a produção e pós-colheita proporcionam riscos sanitários.

Segundo os pesquisadores, com a aeroponia, os alimentos são produzidos sem perdas e desperdícios, com custos menores,  já que há otimização da produção, com a possibilidade de diversificação de novas hortaliças e com a oferta de produtos com alto valor agregado.

O projeto SISNE19 foi contemplado no edital de Interação da UTFPR com o setor produtivo paranaense, realizado pela Pró-Reitoria de Relações Empresariais e Comunitárias (Prorec). Para que os pequenos produtores possam participar do projeto, há um edital aberto até 24 de julho.