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Vermicompostagem pode virar fonte de renda para famílias
Desperdício Zero
Sabe aquela fruta ou verdura que acaba estragando em nossas residências? Você já imaginou que, ao invés dela ir direto para o lixo, poderia ser fonte de renda de outras famílias ou fazer parte de uma técnica de compostagem na sua própria casa? O projeto de pesquisa 'Técnicas de Vermicompostagem e Educação Ambiental para promover cidades e comunidades sustentáveis', organizado por pesquisadores dos Programas de Pós-Graduação em Formação Científica, Educacional e Tecnológica (PPGFCET) e em Tecnologia e Sociedade (PPGTE) do Campus Curitiba, além de profissionais do Coletivo Lixo Zero, pode tornar isso uma realidade.
Em parceria com a Prefeitura de Curitiba, Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMAN) e a Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação - Vale do Pinhão, o projeto está sendo estudado e discutido entre as ações de melhoria do desenvolvimento sustentável da cidade.
“O grande valor deste projeto é evitar que o cidadão curitibano envie o seu resíduo orgânico não cozido para o Aterro Sanitário, o que o transforma atualmente em um passivo ambiental, mas sim que ele tenha diversas opções de dar uma finalidade mais adequada e que possa contribuir com o ciclo dos nutrientes”, explica a coordenadora do projeto na UTFPR, Tamara van Kaick.
Segundo a coordenadora, o próprio gerador de resíduos pode realizar o tratamento em sua residência, ou entregá-lo para uma rede de famílias, ou pequenos negócios que gerem renda por meio deste resíduo. “Desta forma é possível evitar o envio deste resíduo riquíssimo em nutrientes para o aterro sanitário e sim, transformá-lo em um ativo ambiental, um nutriente que volte para o ciclo do alimento”, completa.
De acordo com os pesquisadores, a técnica não exige investimentos altos e o material a ser adquirido é de fácil acesso, podendo ser realizado em espaços confinados. “Poderia favorecer famílias e comunidades em situação de vulnerabilidade, com a implementação de um negócio de produção de húmus para a venda, por exemplo”.
O projeto foi aprovado para ser executado na Fazenda Urbana de Curitiba e teve início em janeiro de 2021. Alguns testes são realizados nos laboratórios da UTFPR, coletando amostras, e outros são realizados em uma área destinada pela Prefeitura com equipamentos portáteis e sensores: a Fazenda Urbana do Cajuru, inaugurado em junho de 2020 em uma área de 4.435 m².
“Uma cidade inteligente, como Curitiba, também promove a difusão de práticas e técnicas de produção de alimentos e organização comunitária, a fim de contribuir para a educação social, alimentar e ambiental da população”, afirma a presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação do Vale do Pinhão, Ana Cristina Martins Alessi.
O secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, Luiz Dâmaso Gusi, também reforça a importância do projeto. "O espaço irá conscientizar sobre os problemas do desperdício de alimentos, consumo consciente e obesidade", completa.
Outra linha de atuação do projeto é com relação à formação dos professores, para que seja incluída a vermicompostagem como tema de projetos interdisciplinares e prática pedagógica para a Alfabetização Científica e Ecológica dos alunos da educação básica.
O projeto será apresentado em agosto durante a quarta edição do Simpósio de Graduação e Pós-Graduação do Departamento Acadêmico de Química e Biologia (IV SIMDAQBI) do Câmpus Curitiba.
SIMDAQBI
Este e outros projetos estarão no Simpósio de Graduação e Pós-Graduação do Departamento Acadêmico de Química e Biologia. Este ano, ele terá sua quarta edição e será realizado entre os dias 23 e 27 de agosto. O evento ocorrerá on-line e será gratuito.
O objetivo do evento é vincular a sociedade, indústria, centros de pesquisa e universidades, para proporcionar uma reflexão sobre as diversas áreas de atuação para profissionais da área.
A palestra de abertura será realizada pelo pesquisador do Departamento de Química da Universidade da Califórnia (Campus Davis - EUA), Dean J. Tantillo.
Os trabalhos apresentados nesta e nas próximas edições do Simpósio devem estar alinhados com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os melhores trabalhos farão parte de edições especiais das revistas Tecnologia e Sociedade, e Eletrônica, Científica e Inovação, ambas da UTFPR.