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Aplicativo mapeia caminho acessível para pedestres com dificuldade de mobilidade

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publicado: 31/10/2018 10h02 última modificação: 31/10/2018 10h02
Tela do aplicativo MoovDis

Tela do aplicativo MoovDis

Qualquer pessoa, ao andar pelas ruas da sua cidade, acaba se deparando com alguma dificuldade de locomoção, encontra buracos, pedras soltas ou barreiras que podem até causar um acidente. Para evitar isso, um estudo do aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada do Câmpus Curitiba da UTFPR, Valmir Luiz Marques, resultou em um aplicativo que se propõe a auxiliar as pessoas no seu deslocamento como pedestres: o Moovids.

O aplicativo foi desenvolvido com a ajuda do professor Alexandre Graeml, que orientou o trabalho, e funciona como se fosse um “Waze”, utilizando os recursos de geolocalização do celular dos seus usuários. No aplicativo, o usuário pode consultar locais próximos ou trajetos, identificando algum obstáculo de mobilidade e obtendo a sugestão do melhor caminho para chegar ao destino pretendido.

Além disso, enquanto o usuário circula pela cidade, ele também pode marcar ou adicionar fotos de buracos nas calçadas, obras, caçambas, escadas, calçadas estreitas, falta de rampa de acesso etc. Pode até contribuir como acessar informações de criminalidade na região.

“Com o app, poderemos ter acesso aos locais e estabelecimentos comerciais que sejam acessíveis para pessoas com deficiência. É possível também marcar ruas, lojas, restaurantes, cafés e bares que possuam infraestrutura adaptada, como banheiros, elevadores, rampas de acesso, sinaleiros com alerta sonoro, entre outros”, afirma Valmir Marques.

Segundo ele, depois que o usuário identifica um problema e o marca no mapa, fica fácil de levar a questão ao conhecimento da administração municipal, por meio das redes sociais. “Estamos estudando a possibilidade de fazer uma parceria com a Prefeitura de Curitiba, para otimizar o serviço e contribuir para uma atuação mais eficiente de órgãos públicos que venham a usar a informação disponibilizada pelos usuários do aplicativo”, destaca.

O MoovDis foi testado com o apoio da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP) em Curitiba, mas pode operar em qualquer cidade do Brasil e do exterior. Até o momento, ele está disponível apenas para o sistema Android, mas a expectativa é que seja desenvolvida uma versão para iOS em 2019.

O professor Graeml já está apresentando o projeto em universidades de outros países, para que o aplicativo desenvolvido por seu aluno esteja ao alcance de todos. “Já publicamos artigos em diversos congressos e periódicos acadêmicos internacionais. Agora, apresentaremos o projeto na Universidade da Califórnia, em Berkeley”, destaca o professor.

Para o presidente da ADPF, Mauro Nardini, a iniciativa não facilita somente a vida de pessoas com deficiência, mas de qualquer cidadão que precise saber se encontrará algum tipo de obstáculo em seu caminho. “Idosos, gestantes, obesos e mães com o carrinho do bebê, por exemplo, também precisam verificar os locais por onde possam transitar. Isso é qualidade de vida”, explica.

Até o fechamento desta reportagem, o aplicativo contava com mais de 200 usuários, sendo 110 destes com participação ativa.