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Instrumento musical Theremin ganha versão digital e de baixo custo

Acessibilidade

Protótipo também pode ser usado por pessoas com limitação de dedos da mão ou amputados
publicado: 16/11/2021 10h55 última modificação: 31/10/2022 09h46
Foto: Acervo Pessoal

Foto: Acervo Pessoal

Considerado um dos instrumentos musicais mais difíceis de serem interpretados, o Theremin ganhou uma versão digital e de custo acessível, resultado de estudos de pesquisadores do Campus Toledo. O instrumento Theremin original é controlado através de duas antenas de metal, que percebem a posição das mãos do músico e controlam osciladores de frequência com uma das mãos, e com a outra a amplitude (volume), de forma que não seja preciso tocar no instrumento. Segundo os pesquisadores, outra barreira do instrumento, além da dificuldade, está em seu alto custo.

No segundo semestre de 2019, o então aluno de Engenharia Eletrônica do Campus, Marcos Ramos dos Santos, juntamente com seu orientador, Andrés Eduardo Coca Salazar, realizaram pesquisas para desenvolver um instrumento digital e de baixo custo. O resultado foi publicado recentemente em um artigo internacional Optical digital theremin with audio synthesis and graphic interface (Theremin óptico digital com síntese de áudio e interface gráfica), publicado no Journal of Circuits, Systems and Signal processing.

De acordo com o professor Andrés Salazar, é possível encontrar vários protótipos de Theremins digitais. “Cada um é feito com diferentes tecnologias como usando sensores como ultrassom, infravermelho, radiofrequência ou fotodiodos; ou usando vídeo câmeras e IA para reconhecer os gestos das mãos, além de versões que aproveitam os controles das consolas de videojogos. O nosso diferencial principal foi desenvolver um Theremin com alta acessibilidade em duas perspectivas: econômica e interpretativa”, explica.

Conforme explica o professor, no Theremin original é muito fácil de produzir o som apenas com movimentos da mão e dos dedos próximos das antenas, porém é muito difícil de ser corretamente interpretado, porque não tem trastes ou teclado como a maioria dos instrumentos convencionais. “Além disso, a relação distância - frequência é não linear, o que dificulta ainda mais a interpretação, pois intervalos iguais são produzidos com diferentes distâncias. Por essa razão, é considerado um dos instrumentos musicais mais difíceis de se interpretar, mesmo sendo o mais fácil de ser “tocado”, já que não precisa de contato físico”.

No protótipo produzido pelos pesquisadores, os elementos usados para a construção foram mínimos e econômicos, como na escolha de placas e sensores, tornando o aparelho acessível a pessoas que não tenham recursos necessários para comprar um Theremin comercial.

Na versão proposta pelos pesquisadores, as antenas foram substituídas por sensores ópticos e foi criada uma interface gráfica de usuário que mostra em tempo real a nota que está sendo interpretada e o seu volume, o que facilita a interpretação do instrumento, com uma etapa de síntese de áudio para mudar o seu timbre.

Além disso, visando à acessibilidade das pessoas com limitações físicas na mão direita, especialmente com dedos amputados, a antena de frequência foi colocada na posição horizontal, o que permite a interpretação com movimentos simples do braço, e não mais com os dedos da mão, como o original.