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Pesquisa reporta diferentes técnicas para medir a concentração de ozônio gasoso

Na atmosfera

Segundo pesquisadores, a tendência está no desenvolvimento de sensores usando materiais que sofrem alguma mudança físico-química quando em contato com o ozônio
publicado: 16/03/2022 09h56 última modificação: 31/10/2022 09h47
Foto: Freepik

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Muito se discute, entre cientistas, formas de determinar a concentração de ozônio no ar. Durante a pandemia do Covid-19, o assunto foi bastante discutido pois surgiram inúmeras propostas usando o ozônio para desinfecção de ambientes, pessoas e, até mesmo, em métodos de tratamento (esse último não reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina) . Por isso, identificar os índices deste poluente na atmosfera se tornaram ainda mais necessários.

Segundo artigo publicado pela professora do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) do Campus Curitiba, Erika Pereira Felix, o ozônio troposférico vem aumentando em todo o mundo, principalmente devido às altas emissões antrópicas de NOx e COVs. A determinação do índice de gás ozônio ainda é um desafio para a química analítica moderna, devido à sua ampla faixa de concentração (entre ppb e ppm), flutuações de curto prazo, e alta reatividade, juntamente com a dificuldade em preparar soluções padrão confiáveis. 

Erika explica que, como ele é um gás de alta reatividade, não pode ser coletado e guardado. Para que seja possível sua análise via reações químicas, é necessário usar um composto para reagir previamente com o ozônio de forma quantitativa e, o produto formado na reação, deve ser passível de determinação por alguma técnica analítica.

A pesquisadora afirma que foi possível perceber que amostradores passivos têm sido desenvolvidos e aplicados em diversos locais. “Nesse caso, é feita a coleta e depois a análise em laboratório”, afirma.

Apesar desses amostradores não demandarem energia elétrica, uma vez que a coleta é baseada na difusão do gás, em geral, faz-se necessário o tratamento das amostras antes das análises. “Para quantificação, são usadas técnicas analíticas apropriadas, como fluorescência, voltametria, espectrofotometria e, mais recentemente, análise por imagens digitais. Porém, com esse levantamento, foi perceptível que a tendência está no desenvolvimento de sensores usando materiais que sofrem alguma mudança físico-química quando em contato com o ozônio. A vantagem é que esses sensores possibilitam medidas no local e com resposta rápida, o que permite verificar as flutuações, em curtos intervalos de tempo, nas concentrações de ozônio”, explica.

Os resultados estão no artigo  publicado em um dos periódicos mais renomados da área da Química, o Trends in Analytical Chemistry (TrAC). O documento contou com a colaboração O documento contou com a colaboração da aluna do PPGQ, Mariana Dias, e de pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Universidade Estadual Paulista (UNESP): João Flávio da Silveira Petruci; Diandra Nunes Barreto; Mariana Dias; e Arnaldo Cardoso.

Agora, a professora Erika Felix está dando continuidade aos trabalhos através da orientação de uma aluna de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ), que utiliza amostradores passivos e filtros impregnados para coleta e determinação de ozônio via imagens digitais, através um smartphone na aquisição dos dados. Além disso, em parceria com a professora do PPGQ, Paula Cristina Rodrigues, estão desenvolvendo um sensor para medidas de ozônio em tempo real. “No momento, estamos gerando os padrões gasosos de ozônio e realizando os testes para a caracterização do material usado no senso”, completa a pesquisadora Erika Felix.