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Pesquisa desenvolve hidrogel biodegradável capaz de regenerar tecidos humanos e ser utilizado na agricultura

Inovação

publicado: 10/10/2018 09h23 última modificação: 10/10/2018 09h23

Criar um hidrogel não é novidade, porém, uma substância feita de forma muito mais rápida, barata e com alto potencial de retenção é o projeto desenvolvido no Câmpus Apucarana da UTFPR. O aluno de mestrado em Engenharia de Materiais, Ariel Colaço de Oliveira, juntamente com o seu orientador, o professor Alessandro Francisco Martins, trabalham nestes estudos desde março do ano passado e, recentemente, protocolaram o produto como registro de patente.

O hidrogel criado pelos pesquisadores pode ser aplicado na agricultura, meio ambiente (para tratar sistemas contaminados por metais), e na medicina. Entre as vantagens está o grande potencial de retenção de líquidos, sendo até 40 vezes o peso da sua própria massa. Para efeito de comparação, produtos convencionais utilizados em fraldas, absorventes, ou em sistemas de solo, absorvem apenas 30 vezes o seu peso.

Outro grande benefício do hidrogel desenvolvido na UTFPR está em sua composição ser toda natural e biodegradável, o que deixa o custo muito mais baixo comparado aos já existentes. Ele é composto por polissacarídeos, os chamados carboidratos grandes, formados por polímeros naturais como a quitina, um dos mais abundantes do planeta. “Por essa composição, o processo fica muito mais barato e rápido. O nosso hidrogel fica pronto em apenas 14 minutos, os demais podem demorar horas”, destaca o professor Alessandro Martins. “Também testamos em água contaminada com chumbo e o hidrogel conseguiu retirar 99% das impurezas”, afirma.

O aluno Ariel Oliveira ressalta que a substância é totalmente biodegradável, ou seja, não é tóxica e não polui o meio ambiente, como os hidrogéis convencionais que são feitos de reagentes sintéticos. “Por conta destas propriedades, o produto pode ser misturado ao solo, para fornecer mais nutrientes para as plantas”.

Após os testes brasileiros realizados na agricultura, o hidrogel foi testado também nos Estados Unidos (EUA) na área da biomedicina. “O nosso hidrogel se assemelha muito aos tecidos biológicos, como a pele humana, além de ter ação antimicrobiana. Fizemos aplicação dele na capacidade de regeneração dos tecidos humanos e já estamos com os resultados. Nosso próximo passo agora será submeter estes estudos para publicação do artigo com esta aplicação”, explica o professor.

Além disso, segundo Martins, por conter muita água, ele auxiliará também na cicatrização e na administração de medicamentos. “Nos nossos últimos testes, colocamos medicamentos dentro do hidrogel para que eles fossem liberados de maneira controlada”, completa Martins.

O pesquisador complementa que o seu grupo de estudo está trabalhando com outros materiais naturais inteligentes como alternativas aos existentes no mercado em diversas áreas, tendo como objetivo principal a redução do impacto ambiental.