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Pesquisa desenvolve método inédito para proteção de baterias

Setor automotivo

Além de aumentar a vida útil das baterias, evita o descarte incorreto
publicado: 02/08/2021 09h53 última modificação: 31/10/2022 09h46
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Foto: acervo pessoal

Um grupo de pesquisadores do Campus Curitiba encontrou uma solução para aumentar a vida útil de baterias automotivas. Segundo o professor Fernando Castaldo, os trabalhos começaram quando um micro empreendedor individual procurou os pesquisadores com uma demanda recorrente de muitos motoristas e usuários que tinham as baterias de seus veículos descarregadas em diversas situações. 

"Uma bateria descarregada por muito tempo sofre um desgaste severo associado à depleção e sulfatação (reações químicas que ocorrem no interior das baterias de chumbo-ácido predominantes no mercado automotivo) e, dependendo da intensidade, podem reduzir drasticamente a vida útil da bateria, quando não a inutilizam."

 A partir de uma ação de extensão, eles iniciaram os estudos para desenvolver um sistema de proteção contra a descarga não intencional das baterias veiculares. A solução apresentada empregou um sistema de monitoramento eletrônico do estado da bateria com capacidade de interrupção em caso de esquecimento dos faróis ou outros dispositivos ligados, preservando assim a sua carga.

Inicialmente, os pesquisadores buscaram soluções de domínio público baseadas em sensores de monitoramento associados a dispositivos de interrupção elétrica, como relés. “Entretanto, essa solução não apresentou resultados satisfatórios devido ao elevado consumo destes dispositivos e a confiabilidade dos respectivos contatos elétricos do relé, que ocasionalmente falhavam, não garantindo uma solução eficaz e segura aos ocupantes do veiculo”, explica o pesquisador. 

O grupo então encontrou uma solução inovadora ao usar um sistema de atracamento magnético permanente para os contatos elétricos,  proporcionando uma solução confiável e de elevada ampacidade (elevados níveis de corrente elétrica). Quanto à abertura dos contatos, baseia-se na ação inercial impulsiva do conjunto motriz, necessária para vencer a força magnética de atracamento.

“Este dispositivo não consome energia como os relés, exceto nos instantes de energização, o que possibilita o seu uso em diversas outras aplicações além das automotivas, por exemplo, sistemas de painéis solares, entre outros”.

Outra vantagem do sistema é a de que, ao aumentar a vida útil das baterias, evita que as mesmas sejam descartadas de forma incorreta ou frequentemente enviadas para a reciclagem. Segundo Castaldo, por conter materiais perigosos como o chumbo, qualquer exposição durante os processos de reciclagem, armazenamento ou transporte pode trazer riscos ao meio ambiente.

O grupo prevê um mercado potencial deste sistema como o de transportes pesados, incluindo maquinários (esteiras, tratores, motoniveladoras), bem como caminhões e veículos pesados. “O inconveniente de uma bateria descarregada nestes veículos não se limita a simples transtornos, mas elevados custos com socorro mecânico e horas paradas de serviço”, completam os pesquisadores. 

O grupo é formado, além do professor Castaldo pelo empresário Valdomiro Cirino Silva e o aluno Leonardo Furini.