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Pesquisa pretende prolongar a vida útil dos morangos para consumo

Francisco Beltrão

publicado: 06/09/2018 09h21 última modificação: 06/09/2018 09h29

Quem resiste a beleza de uma bandeja de morangos? Por estarmos em uma região de clima favorável, o cultivo do morango é bastante explorado por aqui. Porém, as queixas dos consumidores quanto a sua durabilidade para o consumo são muito comuns. Uma pesquisa desenvolvida no Câmpus Francisco Beltrão da UTFPR, em conjunto com outros órgãos, está buscando uma solução para prolongar a vida útil dos morangos sem interferir no aroma e no sabor.

O objetivo é criar uma película ou cobertura comestível, feita a partir de matéria-prima biodegradável e de fonte renovável, que aumente a durabilidade dos morangos na prateleira. O diferencial deste material é a aplicação de um óleo antifúngico, proveniente de um princípio ativo presente no óleo de orégano, conhecido como carvacrol.

De acordo com a professora da UTFPR, Ana Paula Romio, a primeira etapa do projeto desenvolveu uma película composta com a incorporação de nanogotículas de carvacrol e realizou testes antifúngicos in vitro. A presença do carvacrol no revestimento dos morangos melhorou a ação protetora contra a doença fúngica, como o mofo azul e a podridão escura.

“Testamos a resistência mecânica e a elasticidade do material produzido, e os resultados obtidos foram promissores", destacou a pesquisadora. “A membrana semipermeável também auxilia para que ele não desidrate e fique com aspecto murcho pois a película ajuda a fazer o controle de difusão de água que entra e que sai do morango, controle de umidade. A fruta respira, perde água ou absorve, o filme ajuda controle água, oxigênio e entrada de fungos”, completa Ana Paula.

A próxima etapa a ser desenvolvida será determinar a qualidade pós-colheita dos morangos revestidos com a cobertura armazenados sob refrigeração.

Pesquisa

Os trabalhos envolvem várias áreas de conhecimento como a microbiologia e a nanotecnologia e por isso é multidisciplinar e realizado com a colaboração de vários órgãos. Ele foi desenvolvido e apoiado por meio da Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (Umiptt). Foram realizadas análises na Embrapa Instrumentação, que fica em São Carlos (SP) e nos laboratórios de microbiologia e nanotecnologia do Câmpus Francisco Beltrão da UTFPR.

Além da professora Ana Paula Romio que atuou na pesquisa com a nanotecnologia, ainda colaboraram os professores e pesquisadores da UTFPR,  Alessandra Machado Lunkes, na microbiologia, Alexandre Alfaro, nos filmes, Silvane Morés e Claiton Brusamarello. Da Universidade Federal da Fronteira Sul, Larissa Bertan; da Embrapa São Carlos, Odilio Benedito Garrido de Assis, e do Colégio Agrícola, Precila Lopes.

Atuaram no projeto como bolsistas o aluno do curso de Engenharia de Alimentos, Felipe Guilherme Brunetto Bretschneider, e as alunas do curso de Engenharia Química, Luma de Oliveira e Amanda Cristina Padilha. A pesquisa conta ainda com a colaboração da produtora Ivete de Fatima Betiatto e da Rede AgroNano.