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Pesquisador desenvolve tijolo modular sem uso de cimento

Sustentabilidade

Resultado das pesquisas foram publicados no Environmental Development (Qualis A1)
publicado: 02/10/2023 10h17 última modificação: 02/10/2023 10h20
Imagem dos blocos desenvolvidos (Foto: Lucas Félix da Costa Gonçalves)

Imagem dos blocos desenvolvidos (Foto: Lucas Félix da Costa Gonçalves)

O pesquisador do Campus Toledo, Carlos Eduardo Balestra, desenvolveu um tijolo modular que não precisa de cimento para ser aplicado nas construções. O professor realizou as pesquisas em conjunto com o docente da Unesp Guaratinguetá, Miguel Angel Ramirez Gil e seu orientando de mestrado, Lucas Félix da Costa Gonçalves. Os resultados foram publicados em um artigo do periódico Environmental Development (Qualis A1).

Para os experimentos foi utilizada uma mistura de solo e areia da Bacia do Rio Paraíba do Sul, em São Paulo, com a mistura de diferentes soluções ativadoras. Os tijolos foram produzidos por ativação alcalina através de uma mistura de solo argiloso e areia, metacaulim (MK) ou escória de alto forno (BFS) como precursores, solução de NaOH como ativador simples, ou composto com cal hidratada.

Segundo Carlos Balestra, este estudo contribui no desenvolvimento de materiais com menor emissão de carbono na atmosfera: “um dos maiores desafios encontrados atualmente na Engenharia Civil trata da redução nos níveis de emissão de CO² relacionado às suas atividades e produtos. Segundo a ONU, em 2019, o setor da construção civil foi responsável por emitir 4GTon de CO² na atmosfera, que contribui para acelerar os efeitos relacionados ao aquecimento global. Com isso, este trabalho apresenta o desenvolvimento de tijolos modulares, isentos cimento e processos de queima, contribuindo para a redução da emissão de CO² na atmosfera”, explica.

Os tijolos foram analisados ​​em escala real utilizando metacaulim ou escória de alto forno como precursores com diferentes ativadores (Simples – NaOH, ou composto NaOH + Ca(OH) 2 ) sob cura térmica e à temperatura ambiente. Foram realizadas análises mecânicas, físicas e químicas. 

Os tijolos ativados alcalinos apresentaram pelo menos 35% menos emissões de CO 2 em comparação aos tijolos cerâmicos. “Os tijolos modulares confeccionados com MK ou BFS e composto ativador atenderam todos os requisitos para sua utilização, mostrando que essas misturas podem ser uma alternativa para a produção sustentável de tijolos, com reaproveitamento de resíduos industriais em vez da incorporação de cimento Portland”, completa o professor.