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Professora da UTFPR participa do 2º relatório sobre o trabalho no contexto das plataformas digitais

Fairwork Brasil

Na publicação deste ano apenas três plataformas pontuaram no relatório
publicado: 02/08/2023 10h44 última modificação: 04/08/2023 11h36
Foto: Freepik

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Foi publicado, no último dia 25, a nova edição do relatório que avalia as condições de trabalho nas principais plataformas de serviço ofertadas pelo mundo como as de entregas de produtos em geral, entregas de alimentos e transporte de pessoas em veículos. O “Fairwork Brasil 2023: Ainda em Busca de Trabalho Decente na Economia de Plataformas” é o segundo relatório rede no País.

Comparado ao último relatório, segundo a publicação, houve algumas melhorias em algumas plataformas, especialmente em termos de remuneração e gestão. Porém, nenhuma plataforma pontuou nos princípios de condições e representação e, algumas plataformas que pontuaram no relatório anterior, não pontuaram neste.

A professora do Departamento Acadêmico de Linguagem e Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade (PPGTE) do Campus Curitiba, Claudia Nociolini Rebechi, é uma das coordenadoras da equipe brasileira deste projeto e está atuando nele desde 2020.

Nesta edição, 10 plataformas foram avaliadas com relação aos princípios da Fairwork que são: remuneração, condições, contrato, gestão e representação. Destas, apenas 3 obtiveram ao menos um ponto, sendo 3 (de um total de 10) o máximo que uma plataforma conseguiu pontuar. As plataformas avaliadas são: 99, Americanas Entrega Flash, AppJusto, GetNinjas, iFood, Lalamove, Loggi, Parafuzo, Rappi e Uber

O AppJusto chegou à nota 3; o iFood marcou 2 pontos e a startup Parafuzo fez 1 ponto. Americanas Entrega Flash, GetNinjas, Lalamove, Loggi, Rappi e Uber zeraram a pontuação.

“A baixa pontuação demonstra que muitas mudanças ainda precisam ser feitas. Por exemplo, nenhuma plataforma pontuou nos itens condições de trabalho e representação. Mas vale destacar que o App Justo, plataforma fundada há dois anos, já se desenvolveu acima de seus concorrentes em termos de trabalho decente. Como ponto positivo, algumas plataformas têm se comprometido em mudar suas práticas e políticas de acordo com princípios de trabalho decente, em diálogo com o projeto Fairwork”, citam os pesquisadores no documento.

No ano passado, foram avaliadas as plataformas Uber, 99, iFood, Rappi e Get Ninjas. O iFood e 99 obtiveram apenas 2 pontos cada, enquanto a Uber recebeu 1 ponto. Rappi, Get Ninjas e Uber Eats ficaram com zero na classificação.

Fairwork

Fairwork é um projeto de pesquisa criado em 2018, sediado no Oxford Internet Institute e no WZB Berlin Social Science Centre, presente em 39 países de cinco continentes. O objetivo é ajudar trabalhadores, sindicatos, consumidores, gestores de plataformas e formuladores de políticas a tornar as plataformas responsáveis pelas suas práticas, indicando áreas de melhoria para que sejam alcançadas condições dignas de trabalho. é mostrar que empregos melhores e mais justos são possíveis na economia de plataforma.

O Projeto Fairwork considera que é possível e necessário haver a garantia de um padrão básico de trabalho decente na economia de plataforma, levando em conta, inicialmente, os parâmetros estabelecidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como: remuneração justa, contratos justos, representação justa, condições justas e gestão justa.

O trabalho mediado pelas plataformas é avaliado a partir de um percurso metodológico que abarca os seguintes procedimentos de investigação: pesquisa documental, entrevistas com os gestores das plataformas e entrevistas com os próprios trabalhadores. As informações e os dados coletados são analisados em cada um dos cinco princípios estabelecidos para resultar em pontuações que mostrarão se as empresas de plataformas estão respeitando padrões mínimos de trabalho decente.

A coordenação do projeto no Brasil é compartilhada entre pesquisadores da UTFPR, USP, UFRJ, UFRGS e Universidade de Toronto.

Pela equipe da professora Claudia, também participaram os estudantes de graduação Beatriz Motta, Gabriel Ferreira Vale e, de mestrado, Helena Farias.