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Publicação avalia a viabilidade da robotização na ordenha leiteira

Premiação

publicado: 23/11/2020 21h20 última modificação: 31/10/2022 09h17
Artigo detalha a viabilidade do processo ser robotizado em propriedades (Foto: Decom)

Artigo detalha a viabilidade do processo ser robotizado em propriedades (Foto: Decom)

Automatizar processos na agricultura e pecuária tem sido um investimento dos produtores rurais nos últimos anos. Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UnoChapecó) e da UTFPR sobre a ordenha leiteira foi premiada com a segunda colocação durante o XXVII Congresso Brasileiro de Custos (CBC, 2020) – Prêmio Professor Masayuki Nakagawa. O artigo “Análise de viabilidade econômica da implantação da robotização da ordenha em uma propriedade rural familiar” foi elaborado pelos pesquisadores Francieli Pacassa e Antonio Zanin (UnoChapecó) e Leonir Vilani (Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas - PPGEPS) e José Donizetti de Lima (professor do Departamento de Matemática e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas (PPGEPS) do Câmpus Pato Branco.

Em um trabalho de campo, a equipe avaliou, durante o ano de 2019, o processo da ordenha em uma propriedade rural localizada na região Oeste de Santa Catarina que atua na atividade leiteira. A propriedade é de médio porte, com predominância familiar na gestão e havia instalado o sistema de ordenha robotizado. O objetivo foi identificar se haveria viabilidade econômica com a adoção deste novo processo.

Os resultados das pesquisas apontam que sendo o investimento nos robôs ordenadores de aproximadamente R$ 1.443.000,00, o investimento retornaria a um valor de R$ 2.827.747,48. Isso implica em um retorno de R$ 1.384.747,48 em 20 anos, ou o equivalente a R$ 156.522,69 por ano. Outra vantagem relatada com os produtores foi a agilidade do processo. Sem o sistema robotizado, o processo de ordenha levava em média oito horas e, agora, pode ser feito em até 5 vezes ao dia.

A pecuária leiteira é uma das principais atividades econômicas do setor agropecuário brasileiro, por isso, a busca por melhorias e aperfeiçoamento teve início na adoção da ordenha mecânica em substituição a ordenha manual, a qual era um dos fatores que acabava por limitar a produção de leite em larga escala e com melhor qualidade. A ordenha robotizada possibilita a realização de um manejo produtivo com maior higiene, sendo uma alternativa para amenizar problemas atrelados aos custos e qualidade de mão de obra. As ordenhas ocorrem conforme a necessidade do animal e dispensam a presença de indivíduos para a atividade.

A instalação do sistema de ordenha robotizado, de acordo com relatos dos gestores da propriedade, deu-se principalmente em virtude de fatores atrelados a escassez de mão de obra e tempo despendido na atividade. A utilização da robotização da ordenha proporcionou o aumento da produção em 5 litros por animal ao dia, aproximadamente.

Segundo os pesquisadores, apesar do alto investimento, a ordenha robotizada apresenta diversos benefícios e eles estão atrelados a melhora na qualidade de vida, redução nos custos com mão de obra e aumento da produtividade. “A partir dos resultados, verifica-se que o investimento é economicamente viável”, afirmam.

Para o professor Donizetti, o estudo destaca a importância de uma análise de viabilidade econômica de forma adequada. “Isto é, incorporando na avaliação as especificidades do projeto. Nesse artigo, foi utilizado uma abordagem estocástica com a aplicação da simulação de Monte Carlo (série de cálculos de probabilidades que estimam a chance de um evento futuro acontecer)”.

Mais detalhes estão disponíveis no artigo.

O Congresso

O Congresso Brasileiro de Custos (CBC) é um dos principais eventos ligado à área de custos empresariais do Brasil. O Prêmio Professor Masayuki Nakagawa é concedido pela Associação Brasileira de Custos (ABC) aos melhores trabalhos científicos aprovados e apresentados no Congresso. O objetivo é estimular as pesquisas científicas na área de gestão de custos.