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Robô é capaz de detectar fraudes em licitações para auxiliar Municípios

Pato Branco

Ele busca preços de itens na internet e monitora as licitações em tempo real apontando itens com sobrepreço através de um alerta
publicado: 28/03/2023 11h03 última modificação: 28/03/2023 11h03
Foto: Freepik

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Usar um robô para combater fraudes é um dos projetos idealizados pelo Grupo de Pesquisas em Processamento de Informação do Campus Pato Branco. O diferencial deste estudo, que teve início em 2017, é que ele foi desenvolvido para uso nas administrações municipais. As pesquisas do projeto “Mineração de Dados e Processos Aplicada à Gestão Pública” são coordenadas pelo grupo de pesquisas em Processamento de Informações, liderado pelo professor Marcelo Teixeira junto ao CNPq, em parceria com prefeituras conveniadas.

Segundo o pesquisador, em licitações, por exemplo, um robô pode identificar alguma anomalia durante o processo. “Por se tratar de grandes volumes financeiros, não é raro que uma licitação envolva passos ilícitos e, infelizmente, existem várias maneiras de fraudar uma. Um exemplo é a irregularidade no sobrepreço, ou seja, quando os licitantes, em comum acordo, aumentam o preço dos itens licitados acima do valor praticado em mercado. Esta prática é de difícil detecção, pois todo o processo é conduzido, aparentemente, dentro da legalidade. É sobre esse possível desvio que nos concentramos”, explica Marcelo Teixeira.

Para identificar esse problema, um robô foi desenvolvido com o objetivo de buscar preços de itens na internet e monitorar as licitações em tempo real no sistema da prefeitura. “Ele busca na internet um comparativo médio de preço, estabelecendo um percentual do quão diferentes estão os valores licitados com aqueles praticados no mercado”, completa.

Toda a vez que o robô detecta uma possível anomalia, ele dispara um alerta ao gestor, que poderá, então, auditar o processo. 

Já existem sistemas de monitoramento que utilizam robôs para os governos federal e estadual, receita federal, entre outros. Porém, segundo o professor, é a primeira vez que ele é desenvolvido para gestão municipal.

Já foi executado um acordo de cooperação técnica com a prefeitura de Vacaria (RS). No momento o projeto possui um convênio em andamento com a prefeitura de Tupanciretã (RS) e está sendo negociada uma extensão das ações com a Associação dos Municípios da Região Central do RS (AMCentro).

Na UTFPR, o grupo conta com a colaboração outros professores do Campus, como o professor Dalcimar Casanova e Jefferson Oliva, além de alunos de iniciação científica, graduação, especialização e mestrado. O robô, em particular, foi desenvolvido pelo Engenheiro de Computação Gustavo Martins e, no momento, está sendo integrado ao software da prefeitura pelos bolsistas Rafael Castilho e Cinglair Capello, em cooperação com o pós-doutorando Luiz Fernando Southier.

Além do robô, o grupo de pesquisa atua em outras ações como: detecção de possíveis anomalias no gerenciamento de frotas municipais, em termos de abastecimentos irregulares e manutenções fora do padrão; avaliação de desempenho de contribuintes e empresas para fins de subsídios ao investimento público; e integração de ferramentas computacionais em um framework web que pode ser acessado pelos administradores municipais para fins práticos.

Os pesquisadores também estão desenvolvendo estudos com o objetivo de implementar mecanismos para medição e balanceamento de carga de trabalho em repartições públicas; soluções para o monitoramento de recursos na área da saúde; e soluções para o equilíbrio entre o investimento público e o desempenho na área da educação.