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Técnica para identificar turbidez da água recebe registro de patente

Campus Toledo

Equipe de pesquisadores vem estudando a identificação da turbidez da água através de imagens
publicado: 04/09/2023 08h06 última modificação: 04/09/2023 08h10
Foto: Freepik

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A identificação da turbidez na água através de imagens já é uma realidade. Pesquisadores do Campus Toledo receberam o registro de patente do Instituo Nacional de Proteção Intelectual (INPI) pelo reconhecimento do desenvolvimento de um turbidímetro. 

O anúncio do registro da patente BR102016028107-5 foi feito pelo INPI no final do mês de julho e os trabalhos da pesquisa “Determinação de turbidez por análise estatística de imagens” iniciaram em 2015.

“Tudo começou quando recebemos uma webcam que não era mais utilizada pelo serviço de Tecnologia da Informação (TI) da instituição. Era uma câmera de baixa resolução com nenhuma funcionalidade. No entanto, foi possível criar um código simples para controle e aquisição das imagens em função do tempo”, explica o professor Ricardo Scheiner.

O pesquisador explica que a câmera simula o olho humano reproduzindo, da melhor forma possível, o que o que é enxergado. “As câmeras digitais possuem filtros que permitem a aquisição de imagens compostas de cores primárias: vermelho, verde e azul (RGB do inglês redgreenblue). Assim, se o ser humano consegue visualmente notar/perceber alguma diferença em algum processo é de se esperar, pelo menos em teoria, que a diferença possa ser percebida em uma imagem do mesmo processo. Assim, com o tratamento de imagens digitais conseguimos extrair diversas informações”, afirma.

Ele ainda destaca que uma imagem pode conter mais informações que o olho humano consegue perceber. “Então, com uma quantidade suficiente de imagens pode-se estudar melhor o processo. Com o avanço de técnicas de processamento de imagens, inteligência artificial, entre outros, cada vez mais informações de um objetivo/processo podem ser exploradas”, completa o professor. 

A turbidez é um dos parâmetros de qualidade da água e a vantagem desta forma de identificação desenvolvida é que o processo fica mais simples e barato. “A turbidez é algo percebido ao olho nu, dependendo do nível considerado de partículas no fluido analisado. Inclusive o método mais clássico de turbidez era a comparação visual com padrões. Assim, criou-se uma série de imagens que relacionam os padrões com a turbidez. Essa relação pode ser feita com uma calibração normal (feita em qualquer instrumento) ou pelo processamento de muitas imagens. No nosso caso, algo misto foi realizado chegando ao desempenho de um turbidímetro comercial com imagens simples”, destaca Schneider.

As pesquisas contam com ainda a participação do então estudante de Engenharia Eletrônica, David Antônio Brum Siepmann (atualmente mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologias em Biociências -PPGBio), e dos professores Alberto Yoshihiro Nakano, Felipe Walter Dafico Pfrimer.

Os pesquisadores agora estão estudando o mesmo princípio para medições de outros compostos, como o leite, um produto com alto valor agregado.

Patente

A patente foi protocolada no INPI em 2016 pela Agência de Inovação da UTFPR e teve o envolvimento da Divisão de Propriedade Intelectual (DIPIN-TD) e do Núcleo de Inovação Tecnológica do Campus (NIT-TD).