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Ciências Ambientais
Uma pesquisa desenvolvida na UTFPR investigou a qualidade do ar no centro do município de Londrina. O trabalho “Quantificação da poluição do ar pela modernização da frota veicular” foi apresentado durante o XXII Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica da UTFPR (Sicite 2017) pelo aluno do curso de Engenharia Ambiental do Câmpus Londrina Thiago Landi e eleito o melhor da categoria apresentação oral da área de Ciências Ambientais.
Durante a pesquisa, que foi orientada pela professora Patricia Krecl do Câmpus Apucarana, foram monitoradas, entre os meses de janeiro e março de 2016, as concentrações de poluentes em um cânion urbano, localizado na rua Sergipe entre as ruas Minas Gerais e Mato Grosso. O ponto é um dos mais movimentados do centro de Londrina, tanto por veículos como por pessoas, por ser uma ampla área comercial. Durante o horário de pico da manhã, das 7h às 8h, mais de 100 ônibus passam pelo cânion e durante todo o dia o número total de veículos que passa pelo local chega a aproximadamente 11 mil.
O cânion urbano é uma configuração caracterizada por ruas estreitas com construções dos dois lados. “Quando o vento sopra perpendicular ao eixo do cânion, são formados vórtices de ar que dificultam a dispersão dos poluentes ali gerados”, explica Thiago Landi. No cânion urbano estudado, também foi instalada uma câmera para a contagem de veículos durante o período de uma semana.
Além disso, foram monitorados as concentrações de fundo de vários poluentes atmosféricos no Câmpus Londrina e no topo de um prédio do centro da cidade e os dados meteorológicos a partir de uma estação localizada também no câmpus da UTFPR. “Os poluentes estudados foram o black carbon (BC), os óxidos de nitrogênio (NOx) e o material particulado fino (MP2,5), todos derivados da queima incompleta de combustíveis fósseis”, conta o estudante, acrescentando que o objetivo foi analisar as concentrações de poluentes no centro da cidade e os fatores que influenciam os níveis de poluição, como o fluxo de veículos, a composição da frota veicular e a meteorologia.
Após essa etapa, buscou-se validar um modelo de dispersão de poluentes que simula as concentrações em um cânion urbano, utilizando-se parâmetros de entrada como as concentrações de fundo, o fluxo de veículos, a composição da frota, a meteorologia e a geometria do cânion.
Com isso, os pesquisadores puderam desenvolver diferentes cenários e analisar como seria a qualidade do ar no centro de Londrina no caso de modernização da frota, em que os veículos trabalhariam com as tecnologias mais novas disponíveis no mercado, e também no caso de eletrificação da frota de ônibus. “O último cenário apresentou uma redução da poluição por NOx de 44% no cânion urbano, indicando que os ônibus são os principais vilões da qualidade do ar no centro de Londrina”, aponta Thiago Landi.
De acordo com os responsáveis pela pesquisa, os resultados deste estudo poderiam ser usados por políticos do município de Londrina para criar projetos de melhoria da qualidade do ar na região central. “Podem ser estudados cenários como rodízio de veículos, redução do fluxo de ônibus, modernização de carros e ônibus, redução do número de veículos a diesel. Também é possível simular a concentração de poluentes em áreas não muito acessíveis para o monitoramento com equipamentos”, exemplifica Thiago. Assim, a principal contribuição do estudo é fornecer subsídios para que o poder público municipal possa adotar ideias e políticas públicas inovadoras para a cidade.
Aluno do 9º período de Engenharia Ambiental, Thiago Landi é bolsista da Fundação Araucária. No desenvolvimento do trabalho, além da orientação da professora Patricia Krecl, ele contou com a contribuição dos professores Admir Targino, do Câmpus Londrina, e Matthias Ketzel, da Aarhus University, na Dinamarca. O professor dinamarquês é um dos criadores do modelo Operational Street Pollution Model “OSPM”, que foi usado na pesquisa para simular as concentrações de poluentes no cânion.
O estudo foi financiado pelo CNPq (projetos nº 485387/2012-3 e nº 404146/2013-9) e recebeu ainda a contribuição de integrantes do grupo de pesquisa Atmospher (Câmpus Londrina), do qual os professores Patricia e Admir e o estudante Thiago fazem parte.
Fonte: página da Reitoria.