Pesquisa no Chile

Os professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental (PPGEA),  Admir Créso Targino e Patricia Krecl, juntamente com o mestrando João Vitor Cardoso, participaram recentemente de coleta de dados de qualidade do ar na região de Viña del Mar (Chile). Na mesma ocasião, também proferiram palestras para a comunidade local e para a comunidade acadêmica da USM.

O estudo, oriundo do projeto: “Red para el fortalecimiento de investigación de impacto de procesos de combustión de biomasa sobre la calidad del aire" (Rede de pesquisa sobre o impacto dos processos de combustão de biomassa na qualidade do ar", em tradução livre), está sendo realizado em colaboração com a Universidade Técnica Federico Santa Maria (USM).

De acordo com a matéria publicada no site da Universidade parceira (USM), a queima de lenha é uma prática amplamente usada no Chile para calefação nos meses de inverno, causando o deterioro na qualidade do ar devido às emissões de poluentes atmosféricos. A problemática já foi documentada em vários estudos em cidades da região sul do Chile onde o inverno é rigoroso. No entanto, a região central (onde se encontra Viña del Mar) foi menos explorada neste aspecto. Em uma avaliação preliminar realizada pelo grupo da USM e UTFPR, observou-se um aumento de mais de 200% entre as concentrações de material particulado fino (MP2,5, partículas com menos de 2,5  µm de diâmetro) entre o verão e o inverno na região de estudo. O incremento nas concentrações é mais significativo entre as 20:00 hs e 3:00 hs, sendo uma combinação do aumento de focos de combustão (já que as pessoas acendem as lareiras ao voltar do trabalho) e pouca dispersão dos poluentes (devido a uma atmosfera noturna mais estável).

O MP2.5 é uma fração das partículas em suspensão na atmosfera que pode penetrar facilmente no sistema respiratório. Por si só, já representam perigo à saúde humana; no entanto, por servir de vetores para o transporte de outras substâncias tóxicas, os efeitos negativos podem se potencializar.

Em âmbito geral, a pesquisa visa estabelecer uma rede de colaboração  na América Latina para fortalecer a pesquisa nas áreas de qualidade do ar e combustão, permitindo não só o intercâmbio de docentes, mas também de alunos.

De acordo com o Prof. Targino, a visita técnica foi possível graças aos recursos disponibilizados pela USM, pelo PPGEA e pela Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação do Campus Londrina.