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Projeto Solidário

Projeto de Coleta Seletiva ajuda Instituições Beneficentes e Carentes da Cidade
publicado: 28/05/2019 10h35 última modificação: 28/05/2019 10h36

Desde que foi criada, em 2012, para cumprir o Decreto Federal nº 5940/2006, que institui obrigatoriedade da separação dos resíduos sólidos pelos órgãos e entidades da administração pública federal, a Comissão de Gestão de Resíduos Sólidos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Londrina, busca conscientizar a comunidade acadêmica sobre a importância de dar ao lixo produzido na instituição, a destinação correta.

Para isso, já realizou inúmeras campanhas e abordagens, que culminaram em um trabalho que tem ajudado várias outras instituições, e que hoje é referência no assunto. Tudo o que é gerado no câmpus tem destino certo. O que não é aproveitado na própria instituição, acaba beneficiando cooperativas, hospitais e outras entidades da cidade, não só cumprindo o que reza a legislação, mas formando uma verdadeira corrente do bem.

Materiais como papel, papelão, latas de alumínio, plásticos e bandejas de isopor são doados à uma cooperativa local, que atende a todos os critérios estabelecidos pelo Decreto Federal n. 5940/2006 num processo intitulado “Coleta Seletiva Solidária”. Toda semana, a Cooper Região Cooperativa de Catadores da Região Metropolitana de Londrina recebe da universidade, a doação do resíduo reciclável gerado, que ajuda no sustento de várias famílias. Só no ano passado foram cerca de 218 mil litros de resíduos destinados à reciclagem e neste ano, o montante já soma 85 mil litros.

A presidente da Comissão, professora Tatiane Cristina Dal Bosco, juntamente com outros quatro servidores (Camila Harumi Sudo, Cassiano Andrade Silva, Cristiane Yoshie Hirakuri e Sumaya Hellu El Kadri Nakayama) e sete estagiários, monitora todas as ações relacionadas ao descarte e coleta dos resíduos no câmpus. Para a professora, houve nesse período uma verdadeira transformação cultural na instituição, pois hoje tudo acontece de forma natural e com bons resultados. Por exemplo, cada estudante ou servidor quando ingressa no câmpus, recebe uma caneca plástica para evitar o uso de copos descartáveis, o que fez cair muito o consumo desse material na instituição. O monitoramento e avaliação das ações é constante nos setores, onde são anexados indicadores sobre a qualidade da segregação dos resíduos na fonte, garantindo a qualidade e segurança do material reciclável que será encaminhado à Cooperativa de catadores. “O grande destaque do trabalho que desenvolvemos na UTFPR é não terceirizar uma responsabilidade que é nossa”, diz a presidente da Comissão, relembrando que lá no início, foi preciso fazer várias campanhas de conscientização, sobre o descarte correto do lixo, e até mesmo sobre o desperdício de comida, no restaurante universitário. A professora destaca ainda que este é um processo contínuo e permanente de Educação Ambiental e que precisa estar sempre na pauta do dia. “Felizmente, hoje, quase não há desperdício no restaurante, e o nível de pureza, de qualidade do material coletado em todo o câmpus é impressionante, o que aponta um nível de gerenciamento bem evoluído e o engajamento da comunidade acadêmica nesta proposta. Chega a emocionar, saber que o nosso reciclável alimenta famílias, ajuda tanta gente e que é uma experiência que vem dando tão certo. Temos um carinho muito grande pelos catadores das cooperativas, aos quais oferecemos inclusive cursos para que eles gerenciem melhor seu trabalho”, conta a professora.

Um outro exemplo relacionado à não terceirização da responsabilidade pelos resíduos que gera é a compostagem realizada dos resíduos orgânicos. No câmpus, há uma composteira que recebe diariamente todo o resíduo orgânico produzido por alunos e servidores, além de restos de frutas e legumes provenientes do preparo das refeições do Restaurante Universitário. Só neste ano, mais de 200 kg de resíduos orgânicos deixaram de ser destinados ao aterro sanitário e são compostados, produzindo um composto rico em nutrientes, utilizado para adubação de plantas e árvores no próprio Câmpus.

Na UTFPR Londrina há também um “Ecoponto solidário”. Nele, a comunidade como um todo pode trazer instrumentos de escrita utilizados, óleo vegetal usado, banners de papel e lona, lacres de alumínio e resíduos eletroeletrônicos, que seguem para instituições beneficentes e carentes para a reciclagem e uso dos recursos em prol de ações sociais. Destaque para os frascos de vidro com tampa que são destinados a um ponto de coleta de leite materno da cidade.

A Comissão de Gestão de Resíduos Sólidos tem até um mascote, o Resildo, criado a partir de um desenho feito por um estagiário, e de uma enquete sobre o nome, realizada junto aos estudantes em 2012. Ele é utilizado em todas as comunicações sobre a Coleta seletiva do Câmpus e, por meio das redes sociais (Instagram @coletaseletivautfprld e Facebook @coletaseletivasolidariald), informa a comunidade sobre boas práticas a serem realizadas com os resíduos.

Os integrantes da comissão contam com a eficiência de uma outra equipe para que tudo funcione perfeitamente: os servidores da limpeza e manutenção do Câmpus, que Tatiane considera como seus “fiéis escudeiros”, pois sem eles, seria muito difícil realizar esse trabalho.

Tantos benefícios no quesito sustentabilidade já renderam convites para palestras em outras escolas, universidades e instituições, visitas de interessados no projeto da UTFPR, e até um reconhecimento ao trabalho realizado: o Selo SESI ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, em 2018.

Em meio ao descaso com o meio ambiente, desperdício de materiais e de comida, e insensibilidade às causas sociais, que presenciamos todos os dias, o trabalho realizado pela Comissão de Gestão de Resíduos sólidos da UTFPR é algo que orgulha não só a instituição de ensino na qual está inserida, mas todos os que lutam pelo desenvolvimento sustentável, para o bem da comunidade e a sustentabilidade do planeta.