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Qualidade do Ar x Pandemia

Qualidade do Ar no Estado de São Paulo durante a Pandemia é tema de investigação em artigo recém publicado no periódico Environmental Research
publicado: 16/05/2021 17h40 última modificação: 16/05/2021 17h40
Localização das estações de monitoramento da qualidade do ar utilizadas neste estudo, Estado de São Paulo.

Localização das estações de monitoramento da qualidade do ar utilizadas neste estudo, Estado de São Paulo.

Com a pandemia da Covid-19, vários estudos estão surgindo com o intuito de verificar os impactos gerados pelas restrições impostas como meios de combate ao vírus. Alguns dos aspectos que ganharam notoriedade, haja vista que evitam a contaminação direta de um maior número de pessoas, são as políticas de restrições de mobilidade, que acabam por sugestionar, indiretamente, uma melhora na qualidade do ar, por exemplo, em centros urbanos que sofrem impacto das emissões de poluentes atmosféricos pelos veículos.

O artigo intitulado “How mobility restrictions policy and atmospheric conditions impacted air quality in the State of São Paulo during the COVID-19 outbreak”, recém publicado no periódico Environmental Research (v. 198, Julho 2021), pelo egresso e doutorando (UFMG) Anderson Paulo Rudke, juntamente com os docentes Jorge Alberto Martins e Leila Droprinchinski Martins, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental (PPGEA – UTFPR Câmpus Apucarana/Londrina), em parceria com pesquisadores de outras instituições e outros egressos do PPGEA, tem como objeto de investigação a premissa apresentada, que contraposta as condições do tempo e a influência de outras fontes de emissão, podem ser considerados aspectos determinantes na qualidade do ar.

Nesta perspectiva, o objetivo do artigo foi avaliar o impacto das restrições de mobilidade na qualidade do ar em regiões do estado de São Paulo, incluindo a região metropolitana de São Paulo, que tem sido altamente impactado pela doença, assim como vários outros locais do Brasil.

De acordo com os pesquisadores, em geral, a análise dos dados não demonstrou substancial melhora da qualidade do ar para a maioria dos poluentes, quando comparado ao período anterior a pandemia (01/01 – 25/03/2020) com o de durante a quarentena parcial (16/03-30/06/2020) no estado de São Paulo. Além disso, quando comparado o ano de 2020 com o de 2019, também não se observou melhora significativa na qualidade do ar. Poucos locais, na região metropolitana de São Paulo, que é fortemente impactada pelas emissões veiculares tiveram reduções significativas dos poluentes primários (CO e NOx), mas aumento de O3. Comparando as concentrações de 2019 e 2020, com as médias da série histórica (a partir de 1998), verifica-se significante redução das concentrações, com exceção do O3. Alguns locais impactados por atividades industriais no estado apresentaram aumento das concentrações de poluentes em 2020 comparado com o mesmo período em 2019, pois o início da pandemia no Brasil pode ter coincidido com o período de aumento das atividades industriais de alguns setores.

Os resultados da pesquisa ainda evidenciaram que as concentrações observadas podem ser, principalmente, explicadas pelas condições meteorológicas apresentadas no período. A chuva acima da média antes do começo da pandemia levou a redução das concentrações de poluentes, e a chuva abaixo da média nos meses de restrições levou ao aumento das concentrações em comparação com mesmo período de 2019. Além disso, o maior número de focos de queimada nos meses de restrição da pandemia pode ter influenciado nas concentrações, ou seja, levando a maiores concentrações em 2020, mesmo com as restrições de mobilidade que refletem a menor circulação e emissões dos veículos.

Os autores afirmam que o os resultados do estudo reforçam que o principal agente no direcionamento da variabilidade das concentrações de poluentes atmosféricos é a dinâmica da atmosfera nas suas várias escalas de tempo.

Confira o artigo na íntegra!