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Saída de campo

Alunos visitam o Parque Estadual Várzeas do Rio Ivinhema, reserva localizada na região sul de Mato Grosso do Sul, entre os rios Ivinhema e Paraná.
publicado: 06/12/2022 11h53 última modificação: 06/12/2022 11h53

Acadêmicos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, da UTFPR Campus Ponta Grossa, visitaram o Parque Estadual Várzeas do Rio Ivinhema, entre os dias 28 de novembro e 1 de dezembro. A saída de campo integra as atividades da disciplina optativa de Ecologia Avançada. Segundo o Coordenador do Curso, Igor de Paiva Affonso, que também é responsável pela disciplina o objetivo da atividade foi vivenciar na prática o que os alunos estudam na teoria.

O Parque Estadual Várzeas do Rio Ivinhema se estende por 73 mil hectares na região sul de Mato Grosso do Sul, entre os rios Ivinhema e o Paraná, fazendo divisa com o estado paranaense. A reserva abrange partes dos municípios de Taquarussu, Jateí e Naviraí. O parque protege vegetações de Mata Atlântica, Cerrado e Várzea, com abundante fauna e flora e foi criado em dezembro de 1998.

O professor da disciplina conta que com essa prática os alunos tiveram a oportunidade verificar três sistemas pluviais distintos, Rio Paraná, Rio Bahia e Rio Ivinhema. “Cada um desses rios tem uma característica físico-química diferente, uma característica morfológica diferente e, com isso, tem fauna e flora diferente. Como esses rios são muito próximos você consegue visitar os três no mesmo dia”, comenta.

Durante a estada dos alunos na reserva foram realizadas atividades que simularam a atividade de um biólogo em campo, como o monitoramento de animas e o avistamento de vestígios. Affonso conta que visita esse espaço há 15 anos e diz que essa foi a oportunidade em que foi observada a maior quantidade de organismo diferentes. “Até o momento catalogamos 64 avistamentos de espécies, mais algumas pegadas, vestígios de animais e uma grande quantidade de plantas”, contabiliza. O professor estima que tenham sido encontradas centenas de tipos de plantas, que ainda precisam ser catalogadas. A catalogação deve ocorrer em aproximadamente 20 dias.

Na prática

A Saída de campo é uma atividade obrigatória para a disciplina de Ecologia Avançada, mas para o professor responsável pela disciplina é também uma oportunidade para os alunos.  “Uma saída de campo no nosso quintal, por exemplo, no Parque Estadual de Vila Velha pode ser muito interessante, mas já foi feita em outras ocasiões, como os alunos já conhecem, não tem muita novidade. Nessa ocasião fomos para um ambiente de transição de mata atlântica para o pantanal, com características tanto do cerrado, quando da mata atlântica e do pantanal, é uma oportunidade única”.  Affonso lembra que dos 15 alunos que participaram da viagem, para três foi a primeira vez deles fora do Estado do Paraná. “Eu acho que essa oportunidade pessoal também é muito marcante, além da oportunidade profissional”, acrescenta o professor.

Os alunos são unânimes quanto aos benefícios para o currículo, vida acadêmica e profissional e enfatizam a oportunidade de vivenciar na prática o conteúdo aprendido dentro da sala de aula. Ana Beatriz Fernandes do Amaral diz que quando se tem o  primeiro contato com uma disciplina nova é difícil criar associações relevantes ou entender como alguns conceitos são aplicados, mas quando é possível ter esse contato na prática de forma mais relevante e contextualizada é melhor, porque o estudante consegue se perceber  como pesquisador e visualizar, em alguns cenários, os conceitos que foram trabalhados na teoria de forma mais clara. Leonardo Souza Santos comenta que a atividade é muito importante para o acadêmico se reconhecer como biólogo. “O profissional bem habilitado tem que entender as situações na prática, para que mesmo quem vai ser professor, como eu, tenha a habilidade de passar a informação de maneira mais precisa”, afirma.

Para Maíra Ferrari Wagner, que já está na sua segunda viagem, as saídas de campo são os momentos mais marcantes da sua formação acadêmica. Ela acredita que colocar os ensinamentos teóricos em prática é necessário, porque vai além da sala de aula. “Faz total diferença no processo de aprendizagem, na fixação do conteúdo, no processamento da dinâmica daquele ecossistema. Como é a interação dos seres vivos e o ambiente, dos seres vivos entre si e a nossa interação com o ecossistema”, descreve a acadêmica. Ela destaca o contato com as famílias que moram e cuidam do local e a importância de ouvir seus relatos, bem como a oportunidade de aprender a trabalhar em coletivo, respeitando as diferenças, para estabelecer uma ação cooperativa.