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PPGEL

por admin publicado 02/02/2017 08h58, última modificação 11/08/2023 14h22

O Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens está organizado em uma área de concentração e em três linhas de pesquisa. A área de concentração "Linguagem e Tecnologia" abarca estudos sobre linguagens em múltiplas manifestações. O foco é a intersecção entre tecnologia e linguagens e os afetamentos e possibilidades interacionais derivados que as transformam. Entende-se que a tecnologia e as linguagens são centrais e ontológicas na constituição sócio-cognitiva, pois são mediações fundantes entre o homem e o mundo. Como a linguagem, a tecnologia forma e transforma o homem, sendo essenciais à interação. Assim, o objeto de estudo é constituído pelo fenômeno da linguagem como prática sócio-cognitiva mediada, influenciada e constituída em articulação constante com interfaces tecnológicas, ou seja, o objeto é a interação humana pela linguagem em suas articulações e discursos com, na e sobre a tecnologia. A área se divide em duas linhas de pesquisa, que partilham da ideia de que os sentidos produzidos e difundidos nas diferentes linguagens, em interação com a dimensão da tecnologia, são essenciais à interação humana.

 

Área de concentração

Linguagem e Tecnologia

 

Linha de pesquisa: Estéticas Contemporâneas, Modernidade e Tecnologia

A linha investiga o papel da tecnologia na dimensão da cultura moderna e contemporânea e sua incidência sobre o imaginário. Contempla estudos referentes às estéticas, suas manifestações em linguagens diversas, e os modos como o pensamento moderno e contemporâneo absorvem tais reflexões. Propiciam-se abordagens em perspectiva historiográfica, aspectos da construção do cânone, além do comparativismo e dos processos de criação e estranhamento a partir da modernidade e suas repercussões na contemporaneidade. Trata-se de pensar as estéticas, também na esfera do digital, como um processo dialógico dos modos de sentir e de estar no mundo, englobando questões relacionadas a gênero, formação do leitor, arte e poéticas, além do midiático como um locus de discursos, formação identitária e produto da cultura. Investigam-se conexões entre a experiência estética e a crítica cultural e como estas afetam o universo criativo, sobretudo, a partir do uso de diferentes plataformas tecnológicas.

Professores da linha

 

Linha de pesquisa: Linguagens, Letramentos e Tecnologias (*nova)

Considerando as diferentes materialidades e semioses que constituem o texto-enunciado e as práticas de produção de sentido na contemporaneidade, esta linha de pesquisa investiga: a) práticas de letramentos em contextos escolares e não escolares; b) educação linguística; c) formação de professores de línguas e outras linguagens; d) produção de sentidos e circulação de textos e discursos nas diferentes esferas de atividade humana, sobretudo àquelas interações mediadas pelas diferentes mídias e tecnologias digitais (verbo-viso-sonoro; tecnodiscursos, heterogeneidades discursivas e argumentação); e) políticas linguísticas nos processos de transculturalidade (ideologias linguísticas, línguas minoritárias e decolonialidade da linguagem).

Professores da linha: 

 

Linha de pesquisa: Materialidades do sentido e suas tecnologias (*nova)

Os estudos nesta linha se assentam sobre um corolário básico: a de que o ser humano é um animal simbólico. Disso, derivam-se duas ideias. A primeira conduz-nos a pensar que o “simbólico” é um adjetivo estruturalmente caracterizador do animal humano, mas na forma de um acréscimo, uma vez que este não pode escapar de sua condição como animal biológico. Nessa visada, a capacidade simbólica não é tão somente o que mais singulariza o humano frente a outros animais, mas configura-se também como seu ato de resistência no reconhecimento e assunção de sua condição animal. O simbólico encerra, assim, a tentativa, eterna e necessária para a constituição da cultura e da organização social, de contermos nossos traços de animalidade. 

  • A segunda ideia é a de que, uma vez inscrito no campo da linguagem e, consequentemente, da cultura, ponto a partir do qual não há retorno, o humano está sempre fadado a atribuir e interpretar sentidos, recorrendo, para tanto, a diferentes processos. Tais processos, que são invariavelmente práticas de produção de sentidos, são frutos da transmissão cultural e materializam-se em diferentes linguagens: na língua, matriz semiótica por excelência, na música, no audiovisual, na fotografia, na dança, no teatro, enfim, em todos os recursos simbólicos de que dispõe o ser humano. É por meio do conjunto dessas manifestações simbólicas que o ser humano pode elaborar um sentido possível para quem é e para o que o cerca, construindo, para si, ao contrário do animal, uma existência não circunscrita aos limites de sua biologia e do seu corpo, mas construída nos parâmetros da linguagem e de seu espírito.

    Nesse enquadramento, as pesquisas nesta linha se interrogam sobre as diferentes materialidades linguageiras de que o ser humano faz uso para produzir sentidos, os quais pautam o arranjo de sua vida em sociedade. Dá-se especial importância às línguas naturais, por serem matrizes organizadoras dos valores simbólicos socialmente compartilhados, mas também a manifestações em outras materialidades semióticas, tendo em vista o caráter valorativo da experiência humana fundada sobre a linguagem, que institui, a um só golpe, suas dimensões linguísticas, estéticas e comunicativas. 

    Interessa aos pesquisadores desta linha, assim, entender de que maneira esses processos são afetados por diferentes tecnologias, concebidas, estas, genericamente falando, como criações humanas artificiais a partir da transformação de elementos naturais. Alguns temas de interesse podem ser citados, a saber: investigações sobre os processos de leitura e de escrita frente a diversas alterações nos modos de ler e de escrever, condicionados pelo aparatos técnicos (diferenças, por exemplo, entre leitura e escrita em meios analógicos e digitais); descrição de operações meta e epilinguísticas, que tomam, simultaneamente, as línguas naturais como ferramenta de descrição e objeto de análise; inquirições sobre os processos de gramatização de línguas naturais (criação de dicionários e de gramáticas, as quais elaboram um saber sobre as línguas e seus falantes) e suas implicações para o ensino e para a descrição linguística; compreensão das apropriações dos meios técnicos e suas reverberações nos processos de produção de sentidos em diferentes linguagens, como na fotografia, no audiovisual, na música e no teatro; investigação de práticas escolares no ensino de línguas (preferencialmente a língua portuguesa) na forma como são afetadas por diferentes recursos tecnológicos do mundo contemporâneo; indagações sobre a constituição das subjetividades contemporâneas, tendo em vista as diferentes formas de organização social e de comunicação, facultadas por apropriações específicas de recursos tecnológicos, como a Internet, as redes sociais, o audiovisual on demand etc.

    Professores da linha: 
  • Anuschka Reichamnn Lemos
  • Carolina Fernandes da Silva Mandají
  • Cristina de Souza Prim
  • Paula Ávila Nunes
  • Roberlei Alves Bertucci 
  • Rossana Aparecida Finau 

Linha de pesquisa: Multiletramentos, discurso e processos de produção de sentido (**em desativação)

Esta linha estuda os processos de letramentos, que são intrinsecamente multidisciplinares, pois mobilizam diferentes sistemas linguísticos relacionados a comportamentos sócio-culturais. Assim, envolvem múltiplas formas de expressão, desde a oral (lógico-abstrata, pelo emprego de sistemas simbólicos), passando pela organização textual e discursiva, até a artística. Isso porque os sujeitos, para produzirem textos/discursos adequados às intenções sócio-comunicativas, demandam potencial cognitivo e arranjos linguísticos decorrentes das inúmeras possibilidades interacionais instituídas historicamente. Nesse sentido, considera-se ainda que, em tais processos de letramentos, há uma vinculação indissociável entre linguagem e tecnologia, pois ambas são fundantes e constituintes do homem.

 

Professores da linha: